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Participante: hoje vindo para cá estava aproveitando para escutar as palestras sobre o monismo. Sei que tudo é prova, que é ilusão. Aí vejo um carro que quero muito ter um igual. Aí olho para aquilo e falo: bom, isso é uma prova. Tenho que deixar passar essa vontade. Mas também sei que esse passar é racional, não sentido no coração. Depois logo foi dito que a gente não consegue sentir, a gente não sabe quando sente no coração. É isso?

Deixe uma pergunta: o que é preciso para você saber o que vai no seu coração?

Participante: sentir.

Não! Como é que você sabe o que vai no seu coração? Quando a mente diz o que vai no coração. Mas aí, é ilusão, porque tudo que a mente cria é ilusório.

Para você, só é real, só existe, só pertence ao universo aquilo que passa pela razão. Se não passar pela razão, não existe. Você não tem conhecimento.

Então, você não sabe o que vai no coração e não pode saber. Se souber, não sabe, teve uma razão que disse. Só que a razão, como você mesmo acabou de dizer, é ilusão. Portanto, você diz que é só racionalmente que se libertou daquele desejo, digo que é só racionalmente mesmo que pode saber.

Não há como, pela razão, libertar o coração. Até porque, sem ser pela razão, você não sabe nem se o coração está preso. A razão pode estar desejando e o coração não! A partir dos ensinamentos você acha que o desejo que se forma na mente vem do coração, mas pode não ter vindo. O seu saber é só uma razão para servir de prova, para ver como o coração funciona.

Participante: sendo assim, nunca vou saber.

Não, não vai.

Respondendo agora, digo: se conseguiu racionalmente espantar o desejo, fez tudo que poderia fazer. Quanto ao resto, você não tem ingerência.

É isso. Como disse, o universo está dentro de você, é você. Sendo assim, a partir do momento que expulsa da razão o desejo, no seu universo não existe mais aquele desejo.

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