(Eu escrevi isso em poucas palavras e, se vocês lerem o que escrevi, poderão saber como entendendo o segredo de Cristo).  (Capítulo 3 – versículos 03 e 04)

Como será que Paulo entende o segredo de Cristo? Como uma oportunidade de serviço ao próximo.

Este é o segredo do plano de Deus para os espíritos. A sua vida humana não é para ser vivida no eu, mas uma oportunidade de servir ao próximo, viver para o outro. Você não participa dos momentos para ser servido, mas para servir. Não participa de estudo para se elevar individualmente, mas para servir ao próximo.

É isso que Paulo está nos dizendo; é o segredo que ele aprendeu. Aprendeu que tudo que recebeu nesta vida não foi para ele individualmente, mas um instrumento que Deus criou para que servisse ao próximo.

Quem vai a igreja buscando para si, buscando de uma forma individual, nada consegue. Para poder receber algo, espiritualmente falando, é preciso que se frequente o culto com o objetivo de servir ao próximo. A frequência em lugares religiosos deve ser feita não para cada um ganhar, mas para se juntar a uma corrente e com isso fortalecer aqueles que estão ou não na igreja.

Só que vocês vão a estes lugares pedirem para si mesmos: ‘Deus, meu Pai, liberte-me deste vício’. Liberte-me do desemprego, do câncer, etc. Espiritualmente falando, jamais receberão nada por ações deste tipo. Só merecerá desde que sirva ao próximo.

Isso é o que Paulo entendeu e é o que conduz o seu trabalho. 

É por isso que há mais de cinco anos venho falando para vocês: parem de querer compreender o que digo, parem de formar cultura com o que falo e comecem a colocar os ensinamentos em prática. Comecem a amar o mundo, sem prazeres ou sem depender de qualquer coisa. Comecem a amar o mundo sem dizer que esse ou aquele estão errados. Todos estão sempre certos, todos são perfeitos.

Participante: eu costumava fazer numa gira um trabalho de doação de energia. Qual o valor dele pelo seu lado espiritual?

A ação em si não tem valor algum espiritual. Vou colocar melhor …

Você ir a um centro realizar qualquer trabalho, para a vida espiritual, para a sua existência eterna, não possui valor algum. O que determinará o valor do que acontece é a intenção ao praticar o ato e não ele mesmo. Vou explicar isso.

Se comparece a uma gira para fazer uma doação esperando receber posteriormente ou esperando determinados resultados, mesmo que seja que quem está doando receba o que é doado, praticará a ação, mas para você, espiritualmente falando, isso não valerá de nada. Isso porque o ato que praticou foi feito com uma intenção individual e não para serviço ao próximo.

Agora, digamos que vá ao centro, pratique seu ato, faça a sua doação sem esperar nada em troca, sem querer nada, fazer simplesmente por fazer, isso é um ato espiritual que nos auxilia no merecimento no sentido da aproximação de Deus.

Pelo que pode se observar do que acabei de dizer, fica bem claro, então, que não podemos nos prender apenas aos atos que são feitos, ou seja, sentir-se melhor do que outro por fazer essa ou aquela ação. Dizer que é melhor porque vai à igreja ou porque frequenta e trabalha num centro espírita. Não, de nada adianta essas frequências, se ainda se busca para si mesmo, se ainda se espera conquistas individuais.

Só quando você vai a algum lugar sem intenção individualista alguma, ou seja, dentro do sentido estrito da doação ao próximo, aí pode receber alguma coisa, espiritualmente falando.

Participante: e o outro que está recebendo pode fazer com a doação?

Muita coisa ou nada; vai depender de cada um. Vou tentar explicar isso …

A escolha sentimental, que é a única ação espiritual que vocês fazem, é sugestionada pela quantidade de determinado sentimento que cada ser possua. Vou dar um exemplo para isso ficar mais claro. Digamos que um ser tenha muita raiva dentro de si. Por este motivo ele tem a propensão de escolher raiva face a alguns acontecimentos do mundo humano.

Só que todos os seres universais possuem o livre arbítrio: podem escolher o sentimento que quiserem. Ao fazer esta escolha, não optam obrigatoriamente por aquele que possuem em maior quantidade. Por exemplo: um espírito pode ter dentro de si noventa e nove por cento de amor e apenas um por cento de outros sentimentos e, se quiser, escolher esse um por cento. Fazendo isso, nada pode mudar esta escolha.

Quando se doa amor para essa pessoa, aumenta-se a quantidade dele dentro do outro, o que poderá facilitar a escolha desse sentimento. Agora, se o ser que receber a sua doação não quiser usar o amor, nada pode obriga-lo a isso.

Por isso disse que quem está recebendo a doação pode ou não fazer alguma coisa com ela. Você doa, mas se ele não quiser usar, de nada valerá o que foi recebido.

De tudo isso tira-se mais uma conclusão: o trabalho de doação deve ser o de dar sem esperar, inclusive, que o outro use o que recebeu. O seu trabalho deve ser feito no sentido de elevar o amor que exista dentro do outro para que haja um equilíbrio de forças que leve aquele ser a aumentar a probabilidade de escolher amor. Só que há mais um detalhe que quero abordar a esse respeito.

Quando um ser escolhe uma emoção, ele mesmo se auto energiza com ela. Cada vez que o ser gasta um sentimento, recupera do universo o mesmo. Digamos que um ser ame durante um acontecimento da vida humana. No momento que estiver amando, estará recebendo mais desta energia do universo.

Portanto, quando você ajuda o próximo dando mais amor, está ampliando a chance dele amar. Com isso, está aumentando a chance dele posteriormente se auto energizar com mais amor. Mas, de qualquer maneira, tudo depende dele, do seu livre arbítrio sentimental.

Participante: então é válido continuar fazendo esta prática? Digo isso porque este ano não participei da gira. Devo ir mais vezes lá?

Não, não deve ir: simplesmente vá. Vá, mas sem obrigação alguma.

Não vá por obrigação, mas por amor. Vá para auxiliar o próximo e não para fazer o trabalho. Estou falando de coisas diferentes e a diferença entre elas está vinculada a questão da intencionalidade que falei. Portanto, apenas vá.

Agora, se este trabalho é válido ou não, eu lhe digo que os seres fora da carne não fazem outra coisa a não ser tentar energizar vocês. Não fazem mais nada do que tentar equilibrá-los, através da energização constante. Fazem isso sem interferir no livre arbítrio de vocês: deixam escolher o sentimento que querem.

Então, se essa é a ação do espírito fora da carne, também deve ser a sua. Aliás, não deveria ser outra. Agora, repito: só não faça por obrigação ou esperando ganhar alguma coisa. Faça por amor.

Compartilhar