Participante: suponha o seguinte caso, gosto muito de pastel, mas evito comer porque acredito que faz mal para a saúde. Então vem o Pai Joaquim e diz que isso é ilusão e que comer ou deixar de comer pastel não interfere na saúde. Daí minha mente usa essa verdade para me convencer a comer pastel. Mas isso não me faz deixar de acreditar que pastel faz mal para a saúde. Concluo, então, que não comi o pastel porque acreditei no Pai Joaquim, mas apenas para saciar um desejo, justificando o ato com, entre aspas, conhecimento espiritual. Comente, por favor.

Comento.

Digamos que tudo isso aconteceu. Acabou o comentário.

Veja, em tudo que me falou – o acreditar que pastel faz mal, achar que ouviu Joaquim dizer que pastel não faz mal, o ato de dizer vou comer o pastel, quero ver fazer mal, o ato de passar mal e dizer que o ensinamento não presta – não há um você. Existe apenas a sua mente criando uma historinha. Por isso, para ser feliz, precisa se harmonizar com a história a cada capítulo dela.

Minha mente diz que não devo comer pastel porque faz mal, está certo, ela diz isso. Diz que ouviu Joaquim dizer que comer pastel não faz mal. Certo, ela disse isso. Diz que tenho que comer pastel e que comi. Errado, quem comeu foi ela. Doeu quando comi o pastel. Minha mente está dizendo que isso aconteceu porque tenho algum problema no estômago, mas não tenho corpo, sou um espírito.

É isso. Tudo que viver será uma historinha que não é vivida por você, protagonizada por você. Trata-se de uma proposição mental, uma história narrada pela razão. Quando isso acontecer precisa apenas se harmonizar com o que é narrado ao invés de se prender em saber por que ou para que aconteceu, quem fez ou deixou de fazer e o que vai acontecer. Preso a essas coisas só vai se perder na busca da harmonia.

Ficou claro? Então, vou dizer uma coisa. Se comer, comeu, se não comer, não comeu; se doer, doeu, se não doer, não doeu.

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