Reflexões

A fama

Mais uma âncora, mais uma característica do pensamento humano: a busca constante da fama...

Quando o EEU ensina esta âncora ele não está se referindo à fama como conhecida entre os humanos. Não estamos falando aqui de um desejo de ser capa de revista, de ser apontado na rua, nem de ser apontado como um sábio, mas sim do simples reconhecimento suas ações. Ou seja, de esperar ouvir pelo menos um muito obrigado pelo que fez...

Nenhum ser humano faz nada sem esperar em troca o reconhecimento pelo que fez. Nenhum ser humano aceita o anonimato ou o crédito a outro pelo que fez. Sempre o pensamento humano estará esperando ser reconhecido como agente daquela ação. Isso é a âncora da fama...

Mas, num ambiente familiar não há fama individual. As conquistas da família não são reconhecidas como fruto da ação de apenas um, mas da família como um todo.

O espírito que vive na casa dos pais, ou seja, pertence a uma família universal precisa compreender isso. Por isso Cristo ensina que toda glória deve ser dada a Deus e não individualmente a alguém.

Para poder viver nesta família como membro que contribui para ela, o espírito precisa vivenciar a ação do nós. No Universo todos levam a fama pela realização de qualquer coisa e o espírito que ainda quer ser reconhecido individualmente é reconhecido como um filho rebelde...

Isso o espírito sabe por causa dos ensinamentos dos mestres, que também são conhecidos dos humanos: a tão falada humildade. Ser humilde não se rebaixar, mas não buscar louros individuais. Sabendo que deveria ser humilde para seguir os preceitos em que diz acreditar, mas buscando sempre ser reconhecido individualmente, a personalidade humana, então, ajuda o espírito a virar-se para o seu seio familiar e vivenciar a sua existência eterna de acordo com os padrões universais.

A outra perna da âncora reconhecimento diz respeito ao medo da infâmia...

Que medo os seres humanos tem de serem difamados, não? Por quê? Por que este medo?

Se alguém fala alguma coisa mal de você, qual o problema? Você é o que os outros dizem que é? Sendo, ninguém falou mal de você, pois você é realmente aquilo. Não sendo, qual o problema dos outros falarem: você não é...

Na verdade o que importa para a personalidade humana não é o fato dos outros falarem nem muito menos o que eles dizem, mas o medo de ser difamado... É esta perna da âncora que está sempre por trás dos pensamentos que denotam medo do que os outros dizem sobre ele...

O medo da infâmia é o resultado direto da busca constante da fama. A personalidade humana não aceita que ninguém se contraponha ao que ele sabe, gosta ou quer porque tem medo de perder o reconhecimento dos demais. Esta busca pelo reconhecimento dos demais seres humanos denota a falta de fé...

Se Deus é por nós, quem pode ser contra...

A fé é a confiança e a entrega absoluta ao Universo, à sua família. Isso todos os mestres ensinaram e, por isso deveria ser um elemento formador de pensamentos da personalidade humana. O espírito sabe disso e quando observa que apesar de concitado a manter a fé apenas no Universo o ser humano ainda vibra com o medo da infâmia pode, então, realizar o trabalho da reforma íntima, aproximando-se assim, do seu núcleo familiar original: o mundo espiritual em que vive...