Reflexões

Quem sou eu?

Quem sou eu?

Esta pergunta, para a qual os diversos ramos da humanidade buscaram respostas ao longo da história, também foi objeto de atenção do Espiritualismo Ecumênico Universal. Aliás, foi mais que alvo: respondê-la foi uma preocupação constante. Dezenas de palestras com títulos semelhantes foram realizadas.

Desde o primeiro momento dos estudos – estudo do Evangelho de Tomé – o EEU buscou responder esta questão. Já no estudo da logia 19, a primeira das ditas “Verdades Universais” buscava definir quem sou eu... Claro, como todos os demais assuntos, a afirmação inicial foi sendo expandida e complementada com novos conhecimentos ao longo dos nove anos de conversas com os amigos espirituais.

Vamos falar um pouco desta evolução...

No início o Espiritualismo Ecumênico Universal respondia a ela assim: “não existe o ser humano; eu sou o espírito”. Esta foi a primeira resposta que a espiritualidade nos deu para a pergunta quem sou eu...

Dela se deduz que eu sou o espírito e não o ser humano. Mas, o conhecimento sobre quem sou eu não parou por aí...

Na busca do aprofundamento da resposta, como Joaquim disse diversas vezes, esta resposta não pode ser negada, mas pode ser complementada. Aliás, esta foi uma característica de tudo o que foi estudado: houve uma primeira afirmação que aos poucos foi sendo aprofundado o seu conteúdo sem que se mudasse a afirmação inicial.

Neste aprofundamento da compreensão do tema os amigos espirituais nos disseram: você é um espírito, mas está vivendo uma etapa específica de sua existência eterna onde você está humanizado...

Vamos entender o que eles quiseram dizer...

Ser humano, segundo nossa visão, é uma entidade universal, um elemento do Universo. Esta entidade, segundo a resposta original não existe, mas há um espírito humanizado. O que quer dizer isso?

O que determina a razão com que um ser vive é a consciência que ele tem das coisas que o cerca. Segundo os amigos espirituais há uma consciência primária ou espiritual e outra que foi chamada de humana ou material.

Durante uma etapa de sua existência, que nós humanos chamamos de encarnação, o espírito desliga-se de sua consciência primária e passa a viver de acordo com uma outra consciência artificial que é chamada de humana. Este fato foi narrado nos estudos espíritas como o “véu do esquecimento”. Ou seja, alguma coisa que inibe o acesso à consciência primária onde estão os valores universais, o que leva o espírito a acessar somente a consciência humana.

Mas, para compreender bem o que isso quer dizer é preciso se compreender o que é uma consciência...

Consciência é um conjunto de valores, verdades e percepções que faz um ser conhecer a sua realidade. Sendo assim, quando a mente primária do espírito está sendo guiada pela consciência espiritual, a sua razão é determinada por este conjunto de valores, verdades e percepções; quando está sendo guiada pela consciência humana, a sua razão é determinada pelo conjunto de valores humanos...

Mas, ser guiado por um conjunto de valores humanos não transforma o espírito em ser humano? Não... Como definimos anteriormente, em nossa visão “ser humano” é uma entidade, um elemento do Universo, enquanto ser universal ou espírito é outra. O fato do espírito ser guiado por valores humanos não o faz deixar de ser quem é, não altera a sua identidade, mas apenas lhe dá valores diferenciados dos que tinha anteriormente. O espírito encarnado não se transforma num ser humano, mas apenas humaniza-se...

Você é um espírito humanizado: esta é a expansão da compreensão à primeira resposta dada pelos amigos espirituais do Espiritualismo Ecumênico Universal à pergunta quem sou eu... Esta resposta não fere a informação inicial, pois não cria a figura do ser humano que ela diz não existir, mas apenas aprofunda o conhecimento dado originalmente.

Mas, a resposta à pergunta quem sou eu não parou por aí. Depois de dizer que somos espíritos humanizados Joaquim complementou: você é o que é, mas quando está alguma coisa, passa a ser o que está...

O espírito é o espírito: ponto final. Mas, por estar humanizado ele torna-se humano... É isso que o EEU disse complementando a resposta inicial. Vamos entender isso...

Tornar-se humano é viver apenas com os valores, idéias e percepções gerados por uma consciência humana. Todo ser universal que vive com uma consciência humana é humano, pois os valores de sua existência são baseados neste conjunto de valores.

Mas, será que se tornar humano não transforma o ser universal em ser humano? Não...

Como disse anteriormente, o ser humano, segundo a visão do Espiritualismo Ecumênico Universal é uma entidade, uma individualidade. O espírito humanizado, ou seja, aquele que se tornou humano não é um ser humano, pois continua sendo um ser universal, ou seja, uma individualidade espiritual.

Tornar-se humano ou humanizar-se não altera a essência do ser universal. Ele continua sendo o que ele é, foi e sempre será. O que se altera são os valores com os quais ele vivencia a sua existência eterna. Antes estes valores eram universais; hoje são materiais...

Portanto aí está a resposta que o Espiritualismo Ecumênico Universal dá para a pergunta quem sou eu: você é um espírito humanizado, é um humano... Isso não quer dizer que você não seja um espírito, mas quer dizer que você vive apenas valores humanos, vivencia apenas verdades e percepções humanas.

Nesta etapa de sua existência eterna você, o espírito humanizado, não tem acesso à sua consciência primária e por isso nada do que lhe vem à razão é universal. Todas as verdades, compreensões e percepções que tem são humanas, ou seja, são geradas pela consciência humana à qual está ligada.

Sendo assim, posso dizer que você espírito, apesar de ser um ser universal, está humano e por estar dessa forma, é humano...

Você não é um ser humano, mas é humano, um espírito humanizado...

Esta é a resposta que o EEU tem, até agora, para a pergunta quem sou eu que a humanidade faz há muito tempo. Esta resposta é definitiva? Claro que não... Como vimos, a verdade inicial pode ter sua compreensão aprofundada sem que isso altere em essência o que foi dito anteriormente.

O próprio EEU, assim como amigos espirituais de outras falanges universais, com certeza irão posteriormente aprofundando este conhecimento. Foi como disse o Espírito da Verdade a Kardec: quando Deus achar que deve, o conhecimento das coisas será sempre aprofundado por Seus enviados...

Com isso estamos querendo deixar bem claro que não estamos estabelecendo verdades fechadas, que não podem ser contestadas. Como ficou bem claro nestes nove anos, o Espiritualismo Ecumênico Universal é um dos trabalhos da espiritualidade e não o detentor da Verdade.