Reflexões

Falando a espíritos e seres humanos

Acho que já coloquei minha posição claramente: acredito nos ensinamentos do EEU, acredito que existe o espírito e a ilusão humana de ser e acredito que eu sou esta ilusão. Mas, porque é, no meu modo de ver, importante assumir a consciência de ser o humano? Vou tentar explicar porque acho importante isso com um ensinamento de Joaquim: no Universo existem as verdades relativas e a absoluta.

Um dos primeiros ensinamentos que os amigos espirituais nos passaram foi de que no Universo existe uma Verdade Absoluta: Deus e sua ação. Todo o resto são verdades relativas, ou seja, são verdades individuais que duram apenas durante algum espaço de tempo.

A partir desta premissa, Joaquim diria ao espírito: não acredite nas verdades que se formam na mente do ser humano, não acredite nas idéias ilusórias que estão chegando à sua mente primária a respeito de qualquer coisa...Esta é a prática do ensinamento dele para os espíritos. Mas, será que é a mesma para os seres humanos?

O exemplo que vou dar não aconteceu uma ou duas vezes, mas diversas. Logo depois de passar este ensinamento Joaquim perguntava: compreenderam? Quase todos diziam que sim...

O que faziam estas pessoas? Tornavam uma verdade relativa em absoluta. O ser humano ao acreditar que compreenderam e aceitaram o ensinamento estavam transformando-o em uma verdade absoluta. Ou seja, estavam tornando absoluto o ensinamento que dizia que eles nada podiam conhecer de absoluto... Chega a ser cômico, não?

O que deveria então fazer o ser humano? Responder a Joaquim: não sei...

Não sei: esta deveria ser a resposta do ser humano para qualquer coisa, pois tudo o que ele souber trata-se apenas de uma verdade relativa sendo utilizada de forma absoluta. Mas, será que algum ser humano consegue viver assim, consegue viver sem tornar absoluta a verdade relativa? Eu acho que não...

O ser humano que conseguisse vivenciar a prática deste ensinamento (não acreditar em nada) não existiria, pois para existir ele teria que pelo menos acreditar em si mesmo, na sua própria existência...

É inerente à mente humana a transformação de verdades relativas em absolutas, ou seja, no acreditar que alguma coisa é “certa” ou “real”. A mente humana nem existiria se não isso não acontecesse, pois o próprio pensar é uma atividade que necessita da presença de verdades admitidas como reais e certas para existir...

Será que Joaquim não sabe disso? Será que os amigos espirituais acreditam que o ser humano pode viver com a relatividade? Claro que não... Eles nos conhecem melhor do que nós mesmos...

Então, o que quis dizer Joaquim aos seres humanos? “Eu sei que vocês precisam de verdades que acreditam serem absolutas, mas compreendam, elas são relativas. Ou seja, eu sei que vocês precisam acreditar em alguma coisa, mas quando fizerem isso saibam que o que você acredita é uma verdade só para você e ela um dia será transformada”...

  Veja a diferença: para o espírito Joaquim diz para não creditar no que acredita, para o ser humano ele diz que acredite, mas tenha em mente que não deve imaginar que todos vão acreditar da mesma forma e nem que ele mesmo permanecerá eternamente com esta idéia... Bem diferente um do outro, não?

 Aí está porque venho dizendo que é tão importante entendermos que somos seres humanos. A mensagem do EEU para os espíritos é uma e para os humanos é outra. A dos espíritos é inexeqüível cessível ao humano; a do humano de nada adianta para o espírito...

Justamente por confundir-se um com o outro é que muitos dizem que conseguiram alguma coisa, mas não compreendem que ao dizer que alcançaram estão apenas acreditando em algo que é relativo. Segundo o EEU nenhum ser humano pode por em prática o que o espírito tem que fazer nem muito menos saber o que ele está fazendo... Mesmo que o ser humano aparente estar fazendo o que o se fala para os espíritos fazerem, diz Joaquim, nada se mudou, nada se reformou, mas apenas a programação inicial daquela existência ou encarnação que está correndo dentro do pré-programado...

Acho que com isso completo o que estava querendo dizer: a César o que é de César, a Deus o que é de Deus. A consciência de ser apenas o ser humano é importante para se fizermos, colocar em prática o que pode ser, se for, realizado pelo ser humano, ao invés ficar sonhando que é ou que pode.