Como decorrência natural da busca da fama, surge a última âncora. A sua primeira perna diz que todo pensamento humano busca sempre o elogio...
Novamente não estou falando aqui no elogio rasgado, descarado ou daquele que é proferido publicamente. Estou falando apenas na concordância, no outro dizer que o ser humano está certo. Toda personalidade humana tem seus pensamentos criados na perspectiva de que os outros afirmem que ela está certa, que ela sabe das coisas...
Esta é uma prática comum entre as personalidades humanas, mas quem pode estar certo sempre? São tantas as verdades deste mundo, são tantas as perspectivas com que se pode ver algum acontecimento que é impossível se estar certo o tempo todo.
Além do mais, as próprias ciências humanas, ao descobrirem constantes novidades que alteram as verdades, deveriam servir ao homem como elemento comprovador de ninguém sabe tudo o que pode ser sabido. Mas, a personalidade humana continua vivendo esperando estar sempre “certo”.
Outra coisa que pode comprovar que o ser humano não pode estar sempre certo: suas verdades são instáveis. Quantas vezes alguém não mudou de opinião a respeito de algum assunto; quantas vezes novas descobertas, até individuais, não lançaram nova luz sobre verdades anteriores?
É, mesmo esquecendo-nos de que estamos falando de espírito e de Universo devíamos entender que o que sabemos agora é apenas uma opinião que certamente não durará eternamente. Mas, o ser humano permanece firme no propósito de estar certo sempre e exige o reconhecimento disso por parte dos outros.
Esta forma de ser do pensamento humano ajuda o espírito a entender o quanto a razão humana é hipócrita. Mesmo sabendo que sua verdade é apenas relativa, ou seja, serve apenas para ele e assim mesmo durante certo período de tempo, e tendo a notícia que os mestres trouxeram onde se afirma que Deus, o Ser Superior do Universo, é o único que sabe e todos os outros possuem apenas opiniões, o ser humano continua tendo pensamentos que se fundamentam na vontade de ser elogiados.
É por isso que o EEU ensina as “Quatro Âncoras”. Ao fazê-lo, Joaquim não espera que o ser humano deixe de querer ganhar, pare de buscar o prazer e a fama através do elogio, mas, utilizando do ego para alcançar o espírito, Joaquim quer mostrar a esse a hipocrisia humana para auxiliá-lo no trabalho da reforma íntima para que ele possa, então, coadunar-se com sua família espiritual, ou seja, aproximar-se de Deus.
A outra perna desta âncora, claro, é o medo da crítica.
Ora, errar é humano, nós mesmos sabendo. Além do mais, a crítica nos ajuda a nos melhorarmos. Não é assim que pensamos? Então, por que o medo da crítica.
Porque ela traz a infâmia que aparentemente nos faz perder e por isso sofremos. As quatro âncoras se interligam e por isso o EEU afirma que elas estão presentes em todos os pensamentos humanos.
As características que enumerei aqui estão presentes em qualquer pensamento, desde o mais banal até o mais complexo, que o ser humano realiza. Elas são a ação do egoísmo sempre presente na mente humana e não podem ser alteradas ou desaparecerem. Elas constituem o fio da meada, ou seja, o instrumento que criará todas as realidades da existência humana.
A mente humana precisa ser do jeito que é, ou seja, precisa formar pensamentos de cunho egoístas, preso a estas quatro características gerando, assim, paixões que dão origem a desejos, mesmo que ela diga que quer aproximar-se de Deus, para que o espírito possa julgá-las à luz da sua Realidade universal e com isso promover a reforma íntima.
Por isso, apesar do que disse parecer uma ode de ataque ao ser humano, é um ato de louvor. O ser humano não pode mudar-se e nem é errado por possuir em seus pensamentos esta características, mas sim para que exerça a sua função no Universo...