Reflexões

O que quero dizer

Antes de qualquer coisa agradeço a todas as respostas que me enviaram ao e-mail “Desabafo”, seja pela lista ou particularmente. Vou responder a todos, mas como não disponho de muito tempo no momento, preferi escrever este texto agora que as idéias já amadureceram mais...

Com quem estou falando? Com ninguém especificamente. Estou me dirigindo a todos com os textos que tenho publicado recentemente...

Quem eu pretendo alcançar? Aqueles que estão lutando para por o ensinamento em prática e não conseguem, com aqueles que estão aprisionados na necessidade de fazer a elevação espiritual e com aqueles que estão presos à idéia de conhecer as coisas do mundo espiritual...

Quando digo eu sou um ego, na verdade não quero afirmar que sou alguma coisa, mas afirmar diretamente que não sou um espírito. Sou o que minha mente humana diz que sou, conheço o que minha mente humana diz que conhece, vivo aquilo que minha mente humana diz que estou vivendo...

Sendo assim, não posso ser espírito, pois como Joaquim ensina nada que vem à mente humana pertence ao mundo dos espíritos. Apenas aquilo que não é percebido por ela pode pertencer ao Universo espiritual, mas como o que não é percebido por ela não chega à minha consciência, estas coisas não existem para mim...

Apesar desta minha convicção particular – que não quero provar que é certa para ninguém – ser ou não ser espírito é de menos relevante nesta história toda... O que quero dizer é muito mais do que provar se sou ou não algo...

Quero dizer aos que estão buscando viver de acordo com os ensinamentos do EEU que eles não precisam sofrer quando não conseguirem, pois Joaquim deixou bem claro que faremos se fizermos. Eles não devem sofrer por não fazer, como, aliás, o amigo espiritual ressaltou diversas vezes, pois o ser humano nada pode fazer...

Quero dizer aos que estão preocupados, ao viver a vida que tem, com a elevação espiritual que se acreditam no que o EEU fala, não devem se preocupar com isso. Como o amigo espiritual disse, esse processo ocorre com o espírito no mundo espiritual e não com o ego no mundo material. Além disso, como ele ressaltou diversas vezes, elevação espiritual é algo que não se conquista, mas recebe-se de Deus. Sendo assim, porque se preocupar com isso?

Quero dizer aos que estão preocupados em conhecer o habitat do espírito que não precisam se preocupar com isso, pois a mente humana, a única realidade que conhecemos agora, não possui elementos capazes para compreender o Real...

Enfim, quero retirar dos ensinamentos que recebemos através do Espiritualismo Ecumênico Universal todo caráter espiritual, todo caráter, digamos, religioso. Este aspecto dos ensinamentos para nós egos humanos não serve de nada, pois não podemos acessar o Universo espiritual...

Com isso estou dizendo que quero negar tudo o que foi ensinado? Não. O que quero dizer é que estes ensinamentos podem ser úteis, se forem, para nós de outra forma. Podem ser úteis para que consigamos, se conseguirmos, viver esta existência material em paz, harmonia e felicidade...

Como disse, tudo o que nos foi passado por Joaquim veio em etapas. Na primeira ele não se preocupava tanto com a elevação. Aliás, quando falava disso dizia que ela se confundia com o alcançar estes elementos na vida carnal.

Ora, se estou dizendo isso, estou dizendo a mesma coisa que ele já disse... Por isso não posso estar contra ele.

Na verdade estou a favor dele. Na verdade estou querendo – pelo menos é isso que minha mente humana está dizendo – é separar o joio do trigo, ou seja, aquilo que pode ser útil para nós, egos humanos, daquilo que de nada nos adianta...

De que adianta sabermos como é o habitat do espírito se quando ele chegar lá nós egos, ou seja, tudo o que está em nossas mentes neste momento não mais existirá?

De que adianta nos preocuparmos com a reforma íntima se para que o espírito a receba de Deus ele deve nos matar, ou seja, jogar-nos no lixo do Universo?

De que adianta o desespero de fazer alguma coisa, se nada é feito por nós. Se nossa ação nada tem a ver com a do espírito?