Senhor da yoga - Cap. 5 - Caminho da renúncia

Versículos 17 a 29

17. Os homens cujo entendimento só vivencia o Supremo que se identificaram com Aquele, que se refugiaram n’Aquele e cujas impurezas foram limpas pela sabedoria autêntica, esses realizam o estado de não retorno, que é a liberdade perfeita.

18. Com a mesma equanimidade, o sábio encara a um brâmane erudito, a uma vaca, a um elefante, a um cão e a um paria que come cachorros.

19. Os homens equânimes neste mesmo mundo e nesta mesma vida conquistam e suplantam a existência relativa e isso porque a mente deles se apóia em Brahman, que é perfeito e idêntico em tudo e em todos. Por conseguinte, esses residem em Brahman.

20. Aquele que conhece vivencialmente Brahman e está estabelecido n’Ele, cuja mente não abriga mais ilusões nem dúvidas, esse não se regozija se recebe o que é agradável, nem se aflige quando recebe o que parecer ser desagradável.

21. Aquele cuja mente deixou de se apegar aos objetos externos (ou pensados), propiciados pelos sentidos (pensantes – pensados), esse realiza em si mesmo a felicidade que está no ser; unindo-se com Brahman, por meio da meditação correta, vivencia a Felicidade Eterna.

22. Os prazeres originados pelo contato dos objetos (pensados) com os sentidos (pensantes – pensados) são sempre geradores de misérias. Eles têm começo ou fim. Por isso, ó Kounteya, o sábio de verdade não se compraz com eles.

23. Aquele que, nesta mesma vida e antes de abandonar o corpo, consegue dominar os impulsos da luxúria e da ira, estabelece-se na união perfeita (ou yoga) e esse é um homem firme e verdadeiramente feliz.

24. Aquele cuja alegria é interior, cujo prazer e cuja luz são íntimos, é um yogue que, identificando-se com Brahman, vivencia a liberdade absoluta.

25. Os sábios espirituais, os videntes da Verdade e que têm um perfeito domínio sobre si mesmos, cujas imperfeições se esgotaram, cujas dúvidas desaparecem e que se consagram a fazer o bem a todos os seres, esses vivem absortos em Brahman.

26. Os sábios austeros dedicados à vida espiritual, livres da paixão e ira, cuja mente está pacificada e que realizaram o ser, por todas as partes irradiam a beatífica paz de Brahman.

27 e 28. Interceptando o contato que parece dar-se entre os objetos (pensados) e os sentidos (pensantes – pensados), fixando o olhar entre as sobrancelhas ou na origem do nariz e restringindo dentro das fossas nasais as forças que regem a exalação e a inalação do ar (ou o prâna e o apana) e ainda com os sentidos, a mente e o intelecto subjugado, sem desejos, medo ou cólera, um homem que busca assim a liberdade com tanta devoção, esse de fato já é um liberto.

29. Aquele que Me percebe como receptor e dispensador do sacrifício, da oblação, etc e das austeridades, além de ver-Me como Senhor Supremo dos mundos e o amigo de todos os seres, esse obtém a paz.