07 – Aquele que se dedica a praticar a ação inegoísta e que está com a mente realmente pura e que subjugando seu próprio ego dominou seu sentir contaminado e ainda considera seu ser como o ser de todos os seres, mesmo que atue, jamais será manchado pela retribuição da ação.
08 e 09 – O vivenciador da Verdade que adquiriu domínio sobre si mesmo, meditando deveria dizer: “Não faço absolutamente nada, mesmo que veja, ouça, toque, cheire, abra e feche os olhos; tudo isso é apenas o simples funcionar dos gunas sensórios (ou os sentidos contaminados), que se relacionam com os seus respectivos gunas objetivos (ou objetos, coisas, seres pensados)”.
10 – Aquele que executa ações e as oferece a Brahman, abandonando toda identificação, não se mancha com o pecado; é como se fosse uma flha de lótus que a água não chega a molhar.
11 – Os karma yogues, abandonando todo apego e com seu ser completamente puro, executam atos com o corpo, com a mente, com o entendimento e até mesmo com os sentidos.
12 – Aquele que é dono de si mesmo e deixa de lado qualquer apego pelos frutos da ação, vivencia a paz suprema. Contrariamente, o que carece de equilíbrio e que por causa do desejo se liga ao fruto, permanece sempre escravo da própria ação.
13 – O ser corporificado que, graças ao reto discernimento e à renúncia do fruto de qualquer ação, dominou a si mesmo, esse reside feliz na cidade das nove portas (aberturas do corpo – chacras) e como não atua intencionalmente, não obriga a que ninguém atue por ele.
Os chacras são considerados pelos universalistas como as portas de entradas das energias. Eles só existem quando o espírito está encarnado. Por isso Krishna fala de quando o sábio está residindo na cidade de nove portas, ou seja, quando o espírito está encarnado.
Aquele que encarnado, segundo Krishna, renuncia ao fruto da ação e participa dos acontecimentos de forma inegoísta, vive feliz. Mais: não obriga que ninguém atue por ele.
Quem renuncia ao fruto da ação e a pratica de uma forma inegoísta é feliz por si mesmo. Ele não precisa que ninguém ou nada lhe traga felicidade. Ele não precisa ser elogiado, não precisa que os outros concordem com ele: está sempre feliz...