Participante: mas quem está harmonizando não é a mente?
Não.
Estou falando de mundo interno a você. Não da mente. Ela está brigando, querendo fazer, julgando as coisas; você, internamente, está em paz.
Participante: o difícil é saber quando é a mente e quando não é.
Quando começar a perder a sua paz por causa daquilo diga a si mesmo: aqui dentro não pode chegar ...
Participante: pelo que você conversou com a amiga aqui, a depressão, então, é mental. O espírito não está triste? A depressão não é uma emoção?
Não. O espírito não está triste, não está em depressão.
A depressão é uma realidade criada pela mente, onde o sofrimento é muito grande. Depressão é excesso de sofrimento. É uma realidade muito sofredora, ou seja, uma contrariedade muito grande.
A depressão existe quando você se contraria por qualquer coisa
Participante: e quando você tem depressão e não sabe porque está depressiva; É a sinapse funcionando?
Sim. É a sinapse criando a ideia de estar depressiva, para ver se você vai achar que é bom não ter ou que é ruim ter.
Participante: e onde fica o espírito nisso? Só observando?
O espírito fica observando. Quando aceita o que a mente diz, vive o que ela está criando como se fosse dele.
Nesta questão de observar a vida é muito importante compreender que não existe um agente da vida, você, e nem um receptor, o outro.
Sabia que não existe o outro?
Participante: mas, existe o nosso espírito, não é?
O espírito existe, mas ele não está aqui. O espírito está espiritando no mundo espiritual.
Apenas um detalhe: não é o seu espírito, mas o espírito que é você.
Participante: e a busca pelo autoconhecimento, despreza também? Vai conhecer o que?
Não, é preciso ter o autoconhecimento. Conhecer aquele que você acha que é.
Como é que vai combater um valor se não o conhece? Como vai combater um apego, se não o conhece?
O autoconhecimento que é preciso ter é no sentido de saber como esse ‘eu’, que imagina ser você, funciona. Esse conhecimento é importante porque esse ‘eu’ é completamente diferente daquilo que acha.
Então, você precisa conhecer você, aquele que acha que é. Conhecer suas sinapses, aquilo que é importante para esse ‘eu’, para não achar que é importante para você.
É nesse sentido que estou falando da necessidade do autoconhecimento, não no conhecimento de quem é você, de onde veio, para onde vai. Essas respostas, não vai alcançar. A mente não é capaz de processar isso.
A física quântica hoje já diz que a mente recebe bilhões de informações e só consegue processar milhões delas. O resto se perde. Por isso, há coisas que não tem como você saber.
É por isso que digo que precisa se conhecer no sentido de saber como vive o ‘eu’ que imagina ser. Esse conhecimento é importante para não se deixar levar pelas coisas que esse ‘eu’ acha, imaginando que é você quem crê ou gosta. Só assim sabe do que se libertar.
Querem um exemplo de coisas que esse ‘eu’ crê, mas que não são realidade? O que é sagrado neste mundo?
Sabe qual é o valor de sagrado das coisas? É quando algo é de uma pureza irretocável. Há alguma coisa nesse mundo que realmente possa ser tratado como de pureza irretocável?
Apesar da resposta ser não, ainda há determinadas coisas que o ‘eu’ que imagina ser considera sagrado. Por isso precisa conhecer o que esse ‘eu’ considera sagrado para não se deixar levar pela mesma ideia.
Participante: amor de mãe, de filho
Lugares: ‘aqui Jesus andou’. Já faz tanto tempo que isso aconteceu que nem cheiro tem. Nem cachorro vai achar a marca onde ele passou. Porque, então, aquele local é considerado sagrado até hoje?
A igreja por exemplo, será que é sagrada ou é você que sagra aquela coisa quando vive aquilo como sagrado?