Participante: o que eu percebo é que a gente vai bem lentamente neste aprendizado, não é?
Participante: eu já estou há anos no ensinamento e ainda não me desapeguei do filho, de família ...
O problema não é se desapegar do filho. Você pode continuar apegada no filho. O que precisa se desapegar é do filho bom.
O filho bom é aquele que faz o que você quer. Por isso, o desapego não é do filho, mas do que quer deles. ‘Eu queria que meu filho fosse mais atencioso’, mas ele não é. E agora: vai sentar e chorar cada vez que se relacionar com ele?
Você tem que aprender a viver com o filho desatencioso sem cobrar a atenção dele, porque ele é assim, não tem jeito. Seu filho é bagunceiro? É. Você não gosta do jeito que ele é. Gosta dele, mas não do jeito que ele é. Por isso sofre. Só que o sofrimento não tem nada a ver com a bagunça que ele faz, mas porque o bom para você é se ele não for bagunceiro. Como ele é, vive a síndrome do seu egoísmo.
Participante: e quando, por exemplo, as coisas que os filhos fazem atingem diretamente a vida dos pais. Como é que a gente lida com isso?
Atingiu? Faz parte do esquema da vida, faz parte do livro da vida de cada um, faz parte das provas. Ele não atinge a vida dos pais, os pais se deixam ser atingidos pela forma que ele é. Deixam ser atingidos porque eles querem que seja diferente.