Sofrimento - Textos

O fim do eu

Quando entende isso ou quando compreende o ensinamento espiritual que afirma que existe um ego que é programado e que lhe dá as realidades, o que acontece? O fim do eu.

‘Eu não existo. Sou o resultado de alguma coisa. Não há um eu que pensa. Há um pensamento que é dado. Posso dizer isso porque essa informação está tanto na ciência quanto no espiritismo: o pensamento é dado por alguma coisa’.

Participante: muitas vezes eu já me sinto assim, como se fosse uma carcaça de um robô, porque já está tudo pronto, já vem tudo automaticamente ...

Inclusive o sentir-se a carcaça de um robô.

Essa ideia já está programada. Ela veio à sua cabeça. Não foi você quem pensou, quem analisou, quem chegou a essa conclusão.

Sabe porque alcançar o fim do eu é importante? Porque existe o bom? Para satisfazer um eu, um eu que não existe.

Você defende um bom para buscar a sua satisfação, mas não existe um eu para ser satisfeito.

Participante: mas esta busca para o bom também já está programada. Por isso não posso se sentir culpado por tê-la ...

Perfeito.

Não estou falando em culpa, mas em compreender a inexistência do eu. Sabe o que vai acontecer quando tiver essa consciência? Ainda ficará preso ao bom, porque precisa disso, daquilo ... Só que essa prisão não levará ao sofrimento, quando o que é desejado não acontece.

Ainda existirá um eu que precisa ser satisfeito. Só que agra você sabe que esse eu que precisa ser satisfeito não existe. Nem materialmente falando e nem espiritualmente falando.

Participante: como assim eu não existo, eu não estou entendendo.

Quem não está entendendo?

Participante: eu.

Não. Você está tendo um pensamento de não entender. Quem está criando um pensamento de não entender?

Participante: o eu que não existe.

Não. A sua mente. A sua mente pensa; não é você que pensa.

Participante: quem sou eu então? O que existe de mim?

Aí é que está. O que existe de você, a sua mente não sabe.

Participante: então eu não vou saber o que existe de mim, agora nesta vivência?

Isso. E aí, na hora que souber que não é isso – e não estou falando só do corpo, estou dizendo que não é quem acha – para que vai defender isso?