Ocupam os Espíritos uma região determinada e circunscrita no espaço?
Estão por toda parte. Povoam infinitamente os espaços infinitos. Tendes muitos deles de contínuo a vosso lado, observando-vos e sobre vós atuando, sem o perceberdes, pois que os Espíritos são uma das potências da Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para execução de Seus desígnios providenciais. Nem todos, porém, vão a toda parte, por isso que há regiões interditas aos menos adiantados.
Vamos por parte, porque esta resposta tem muita informação.
Primeira: não existem espaços físicos delimitados no Universo. Ou seja, o mundo espiritual não é um espaço físico específico. O umbral, o paraíso ou a cidade espiritual não são um espaço físico delimitados. Os espíritos estão por todas as partes, porque só existe um espaço físico: o próprio Universo.
Sendo assim, afirmo que o espaço físico que vocês ocupam agora não é a Terra, mas sim o próprio Universo. Isso precisa ficar bem claro para que compreendam que quando morrer não irão para lugar nenhum. Ficarão no mesmo lugar que estão, pois não há outro lugar para se ir.
Na verdade, os espaços que vocês encontram nos livros da literatura espírita são programações mentais para perceber as coisas de uma determinada forma. Os que agora estão encarnados aqui, têm a ilusão de estarem no espaço Terra do Universo, mas na verdade não estão. Apenas estão vivenciando uma programação chamada humana que lhes faz perceber as coisas do jeito que percebem.
Essa é a primeira informação desta resposta: o Universo não se divide em espaços. Ele é um só espaço onde espíritos vivem verdades diferentes, realidades diferentes. Uns vivem no céu outros no inferno; uns vivem nas cidades espirituais, outros no umbral e outros ainda soltos.
Isso é fundamental entendermos, porque sem essa compreensão ficamos chorando porque a mãe morreu e foi para longe. Mas, ela continua ao seu lado, no mesmo espaço físico que você. Não conseguimos vê-la nem entrar em contato com ela justamente por achamos que estamos separados dela.
Existe uma segunda informação nessa resposta. Vamos vê-la.
Aí está ela: ‘tendes muitos deles de contínuo a vosso lado, observando-vos e sobre vós atuando, sem o perceberdes’. Ou seja, os espíritos fora da carne atuam sobre vocês.
Isso é fundamental começarmos a ter consciência. Sabe quando você acha que está tendo uma ideia brilhante e maravilhosa? Não está tendo ideia alguma. Na Verdade é um espírito que está lhe dizendo o que pensar.
O que imagina que está pensando, que está raciocinando, lhe é dado por um espírito fora da carne. Como não percebe essa ação espiritual, acredita que você, por vontade própria, é que chegou a tal raciocínio. Mas, não foi ...
Sendo assim, se existe uma ação contínua entre o espírito fora da carne e o espírito na carne, onde o primeiro guia o segundo, não existe independência do ser encarnado. Você não vive essa vida material isolado do mundo espiritual. A vida carnal é completamente guiada pelos espíritos fora da carne.
Participante: seguindo o livro da vida de cada um, não?
Sim, seguindo o livro da vida de cada um...
Mas, há mais informações nesta resposta.
Vamos vê-la: ‘observando-vos e sobre vós atuando, sem o perceberdes, pois que os Espíritos são uma das potências da Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para execução de Seus desígnios providenciais’..
De acordo com o que está aí escrito, o espírito age sobre você, mas assim o faz como instrumento de Deus. Nenhum espírito pode agir sobre o encarnado sem ser instrumento de Deus, ou seja, sem seguir o Seu desígnio.
Isso tem que ficar também bem claro, para pararmos de dizer que há um obsessor que nos faz agir de tal forma porque ele quer. Não, isso não acontece. Se existe um espírito lhe obsedando, seja de que forma for, foi Deus que o colocou junto de você e o fez guiá-lo de tal forma.
Mas, por que Ele faria isso? Porque você tem a mesma vibração que esse espírito desencarnado. Deus colocou aqueles dois espíritos (o encarnado e o desencarnado) na relação chamada de obsessiva e os faz relacionar-se de tal forma para que apreendam o amor universal e alterem suas vibrações, mudem seus sentimentos.
Aprendam: nenhum obsessor vai em busca de um espírito encarnado livremente, fazendo o que quer. Se isso fosse possível, o espírito seria uma potência do Universo mais forte que Deus. O espírito é uma potência, mas é uma potência controlada por Deus.
Participante: acho que essa nossa crença se fundamenta nas leituras espíritas, pois elas nos dão a impressão de que o espírito tem capacidade para voltar para se vingar.
Jamais...
Por livre e espontânea vontade, jamais um espírito pode vingar-se de outro. Isto porque está escrito: o espírito é uma potência, mas é uma potência subordinada a Deus.
Sendo assim, se o ser quer voltar para se vingar e consegue, é porque o obsedado merecia a vingança e Deus a fez acontecer. É como Cristo ensinou: o escândalo é necessário.
Portanto, se você for alvo de uma obsessão, tenha a certeza que o primeiro que tem que mudar é você e não o desencarnado. Quando mudar o seu padrão vibratório acaba com qualquer obsessão.
Participante: então o espírito de baixa vibração só se aproxima do encarnado da mesma vibração?
Perfeito. Um espírito de baixa vibração não vai poder se aproximar se você estiver elevado.
Até porque, como acabamos de ver, o Universo é formado por afinidades. As coisas e os espíritos se aglomeram por afinidade. Aliás, como também acontece na Terra. Se você gosta de samba, vai se aproximar de sambistas e não de dançadores de valsa.
É preciso ter bem clara essa consciência: o espírito de baixa vibração não vai chegar perto de um de alta, porque esse não tem nada que ele quer. Vai ficar sondando onde há um de baixa vibração, aí gruda nele.
Na verdade imagina estar fazendo isso por livre vontade. No entanto, está sendo conduzido por Deus para dar a cada um de acordo com suas obras, ou seja, dar a justa reação a uma ação.
Compete ao encarnado se libertar daquela vibração alterando o seu padrão vibratório. Quando isso acontecer, se o desencarnado ainda merecer viver obsessões, Deus o desligará daquele e o levará a outro, onde novo processo obsessivo será vivenciado.
Se isso é verdade, posso dizer que o trabalho de desobsessão, não liberta ninguém. Pode no máximo orientar o espírito fora da carne e salvá-lo. Se aquele que está na carne não se mudar, vai atrair outros espíritos. É como Cristo ensinou: você expulsa o demônio, ele sai e não tem onde ficar, então volta e traz mais sete junto com ele.
Participante: o que aprendi sobre isso é que pelo merecimento a pessoa é levada a uma casa espírita ou não e por merecimento esse obsessor é afastado por algum tempo para que a pessoa possa estar revendo os seus sentimentos. É assim mesmo que funciona?
Esse é um lado da moeda, mas existe outro. Para explicá-lo, vou ter que dizer uma coisa que vocês não vão gostar de ouvir: muitos espíritos encarnados são levados para o trabalho de desobsessão numa casa espírita porque o obsessor já tem o merecimento de sair daquela relação, de ser ajudado, e não por causa do encarnado.
Sim, é o obsessor que merece e não o encarnado. Mas, o ser humanizado sempre imagina que ele é um anjo que foi levado ao centro espírita porque estava sendo vítima. Por isso não vê que o merecimento era do outro, não vê que o socorro só aconteceu porque o desencarnado não merecia mais ficar preso nele.
Participante: voltando a questão de dimensões... E as outras dimensões: quarta, quinta, etc.?
A questão das dimensões é uma coisa muito difícil de falarmos. Isso porque é uma coisa não mensurável. Ou seja, vocês não conseguem ver o que é uma dimensão.
Se trabalha a ideia dimensão como espaço físico independente desse espaço físico, não, não existem dimensões. Na verdade, cada dimensão é caracterizada pela densidade da matéria que existe nela e não pelo espaço físico.
Vou dar um exemplo: aí onde você está existem sete dimensões. Aí, onde você percebe um único espaço físico pertencente a uma única dimensão, existem sete. Você as percebe? Como quer saber alguma coisa sobre elas? O que posso dizer é que elas se fundem e você só percebe o nível que está vendo, a dimensão que habita.
Na verdade, existem no planeta sete dimensões, mas elas não podem ser determinadas por uma questão de espaço físico. Isso porque uma dimensão está sobre a outra. Sobre não no sentido de acima, mas junto.
Justamente por falta dessa percepção existem muitas controvérsias a respeito delas. Por exemplo: dizem que a cidade espiritual está sobre a material. Isso não é real: ela está junto, no mesmo espaço físico e não sobre.
Participante: seria como uma coisa tridimensional?
Como disse, é muito difícil falar de dimensões com vocês. Sua pergunta é um exemplo disso. Vocês ainda estão presos a três dimensões, como se isso fosse algo absoluto. Só que no Universo existem planetas que tem quarenta e duas dimensões.
Não, não mensure por isso. Não, não tente entender dessa forma. Fazendo isso vão faltar elementos para vocês. Saibam apenas que todos estão no mesmo ambiente.
Deixe-me dizer uma coisa. Existe uma lei material que diz assim: dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Isso é falso. No mesmo espaço existem diversos corpos.
Essa lei para poder englobar a Realidade universal deveria dizer o seguinte: dois corpos com mesma densidade não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Sim, isso é verídico. Diversos corpos em densidade diferentes ocupam o mesmo lugar no espaço.
Você só vai compreender a questão das dimensões espirituais quando entender que existem espíritos agora sentados no seu colo. Sim, posso dizer que estão no seu colo porque estão no mesmo lugar da sua matéria, junto com a sua matéria. É isso que precisa ficar compreendido.
Isso é o que podem compreender por hoje, porque, na verdade, as dimensões são caracterizadas pelo avanço moral, ou seja, pela programação mental do espírito, pois é ela que gera uma densidade de matéria. Mas, isso fica para outro dia...
Participante: acho que isso que o senhor acabou de falar vem de encontro ao final da resposta dessa pergunta que estamos vendo: ‘nem todos (os espíritos), porém, vão a toda parte, por isso que há regiões interditas aos menos adiantados’.
Para falar sobre isso, deixe-me comentar algo que aconteceu ontem...
Fui informado que uma pessoa entrou nesse nosso espaço virtual e escreveu um monte de besteiras. Por isso me propuseram: vamos colocar uma senha e repassar para as pessoas que querem realmente estudar. Eu respondi: não se podem fechar portas, pois o templo de Deus está em todos os lugares.
No Universo não existe lugar interditado, ou seja, lugares onde um ser não pode ir. Se assim fosse, poderíamos dizer que Deus seria injusto, pois alguém que quer evoluir é proibido de frequentar lugares que poderia lhe ajudar.
Mas, apesar disso, existem lugares que os espíritos não frequentam. Porquê?
Na verdade, esses lugares não estão interditados a um determinado grupo de espíritos. São os próprios seres quem interditam o lugar para si. São eles que não querem ir a determinado lugar, pois não se sentem bem ali.
Além disso, os espíritos também não podem ir a todos os lugares porque existe muitos que eles nem conhecem, não sabem da sua existência. Na verdade cada um conhece apenas os lugares do seu próprio nível.
Participante: é isso que eu ia dizer. É a questão da programação e do merecimento que faz com que a gente se sinta bem em algum lugar e que não consiga entrar em outro.
Perfeito.
Na literatura espírita existe a figura do socorrista que desce ao umbral para salvar alguns espíritos do martírio. Pergunto: por que eles não salvam a todos, mas apenas alguns? Porque existem espíritos que se socorridos, ou seja, levados para as cidades espirituais, não vão querer permanecer lá. Eles querem aquilo que estão vivendo. Sendo assim, não adianta ir lá embaixo e trazer esse espírito para cá, pois voltará para lá. Ele não gosta daqui, ele não quer ficar aqui.
Mas, isso não deveria ser difícil para vocês entenderem. Vou dar um exemplo para ficar bem claro. Pergunto: se você é vegetariano, gostaria de ir a uma churrascaria?
Participante: não...
É por isso que os espíritos também não vão a qualquer lugar.
O espírito não vai porque não quer, porque não gosta, porque não se adapta a esse lugar. Porque lá não tem o que quer.
É por isso que no Universo e em qualquer situação, para poder se dizer universalista, não podemos colocar placa de proibido. É cada um que coloca a placa de proibido para si mesmo.
Além disso, precisamos ainda nos lembrar do que Cristo ensinou: eu não vim pra os sãos, mas para os doentes. É preciso entender que as pessoas que agem como vocês me descreveram que o invasor do nosso espaço agiu, precisam muito mais do nosso amor do que as pessoas sãs. São esses que devemos amar primordialmente e não os sãos.
Deixe-me falar de uma parábola de Cristo que até hoje não foi compreendida em toda a sua profundidade. É a parábola do “Bom Samaritano”.
Os professores da lei perguntaram a Cristo: o senhor disse que temos que amar o próximo, mas quem é o meu próximo? Para responder a essa questão, o mestre nazareno conta a parábola do bom samaritano. Para quem não a conhece, vou resumi-la.
Havia um judeu que foi assaltado e ficou muito machucado, caído no chão. Algumas pessoas passaram e não prestaram socorro, mas veio um samaritano e cuidou dele. Até aí, nada demais. Se pensarmos no termo samaritano como hoje entendido, a pessoa que faz o bem, não encontraremos nenhuma excepcionalidade nessa ação. Se aplicarmos simplesmente a compreensão de hoje à parábola, entenderemos que Cristo diz que o próximo é aquele que precisa de nossa ajuda.
Mas, para entender profundamente a mensagem, temos que voltar a época de Cristo e entender que samaritano é um ser humano que nasceu na Samaria, uma região da época de Jesus. Todos que nasciam na Samaria eram samaritanos, independente de fazerem o bem ou não.
Com esse entendimento a parábola começa a ter outro sentido. Junte a isso outra realidade do tempo de Cristo: os samaritanos e os judeus eram inimigos. Viviam em disputas ferrenhas, principalmente no aspecto religioso.
Agora podemos entender que quando Cristo narra essa parábola onde um inimigo ajuda o outro para designar o próximo, a quem devemos amar, está dizendo que aquele que deve ser amado prioritariamente é o inimigo...
O seu inimigo, aquele que você não gosta, aquele que não quer chegar perto, aquele de quem foge, esse é o seu próximo, aquele que deve ser amado acima de todas as coisas. É isso que se compreende da mensagem do mestre quando a analisamos dentro do seu contexto original.
A partir disso, tenho que lhe dizer que quando acontecer fatos deste tipo – e não vai parar de acontecer por aqui, até porque Deus os coloca justamente para nós podermos ajudá-los – o que devemos fazer não é trancar a porta ou brigar com ele, mas sim amar o invasor.
Outro dia me perguntaram sobre uma boa forma de acabar com a inveja. Eu disse: amar o invejoso, amar a inveja e amar o resultado da inveja. Portanto, amem aqueles que fazem isso, amem o que ele está fazendo e amem a todo mundo.