Participante 1: por esse raciocínio que acabou de fazer, posso dizer que qualquer dualidade é a mesma coisa.


Participante 2: o moço depressivo tem um filho autista. Prova familiar. Parece que o pai sofre na sua depressão, mas o filho parece que não sofre.


Ter um filho autista é uma prova. Concordo com você: prova familiar. Agora, ter um filho normal também é prova. É o que a outra pessoa falou: o raciocínio vale para qualquer situação de dualidade.
Você me falou anteriormente uma coisa interessante: expurgo pela dor. Desculpe, mas isso é apenas um lado da moeda, pois se há pela dor, também há expurgo pelo amor. Só que o termo usado não lhe deixa perceber isso.
A palavra expurgo é um tema espírita que nos remete a uma coisa interessante: culpa. Para vocês só expurga quem foi culpado de alguma coisa e agora precisa expurgar a sua culpa. Isso não existe no universo. No universo, não existem culpas nem culpados.
Universalmente falando, não existe expurgo pela dor. Há provas vivenciadas com a sensação de dor. São coisas completamente diferentes. No universo ninguém expurga porque ninguém adquire culpa.
Como a outra pessoa falou, aplique-se o que acabei de dizer com relação a ir pelo amor ou pela dor a todo dualismo. Ser considerado feio, por exemplo, é a mesma prova para quem for considerado bonito. Ser rico, viver no fausto, não quer dizer que se vá viver uma prova diferente de quem passa por carências. Ser considerado gordo faz viver o mesmo gênero de provas de quem é chamado de magro.
O importante não é a aparência, pois ela é maya, foi criada pelo poder inescrutável de maya. O que interessa – e isso falei na semana que passou – é a essência que está embutida em cada ato.
Um ato, uma ação, pode ter as mais variadas formas, mas todas estão ligadas a uma única essência.

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