Forma

O enredo da vida

O cenário da vida, apesar de não imaginarem assim, é estático.

A movimentação que a mente confere às coisas geradas pela percepção e pela forma, que chamarei de enredo da vida, é gerada por mais dois elementos que se agregam ao ser depois do advento: as formações mentais e as sensações ou sentimentos. São as ações desses dois agregados que conferem uma movimentação àquilo que possui forma e por isso é percebido.

A partir de tudo isso, posso dizer que a vida de cada ser humanizado nada mais é do que formas que são percebidas e para as quais são criadas histórias através do pensamento. Para essas são atribuídos valores sentimentais pelo agregado sensação.

Aí está a sua vida. Tudo que participa enquanto se imagina vivo surge a partir da ação desses agregados ao invés de surgirem externamente como imagina.

A formação mental tem ainda mais uma função que faz parte do enredo da vida: a de criar a consciência de existir o que é criado pela forma e percepção.

Você é exposto às formas e percepções, mas só acredita que elas são reais porque a formação mental afirma isso. Se não houvesse uma formação mental criando a consciência de existir, o que é criado pela forma e percepção não existiria.

Através dessa criação, a formação mental vai criando enredos para a vida: o seu carro, a casa dos outros, a certeza do que viu, etc. Sem uma formação mental que gere uma consciência, só existiria formas sem sentido. A vida não teria um enredo.

Faltou falarmos do agregado memória. Vamos fazer isso agora.

A vivência da ação dos agregados, ou seja, o fato de imaginar que aquilo que eles criam está acontecendo externamente leva a mente a gerar verdades e realidades sobre o cenário e o enredo da vida. Essas informações são armazenadas naquilo que chamam de memória. Ou seja, tudo o que se lembra de ter vivido ou não, na verdade nada mais é do que uma ação do agregado formação mental com o que foi percebido e não a lembrança de uma realidade.

As informações que são criadas pelo agregado memória servem para justificar os valores que a formação mental cria. Por exemplo: você só sabe que está nesse ambiente porque a sua memória cria a ideia de já ter conhecido esse espaço e o rótulo que se dá a ele: minha casa, lugar de encontros, etc. Se a memória não criasse essas informações, apesar de ter a consciência de estar aqui, não saberia onde está e o que é o aqui que está consciente de estar.

Eis aí, portanto, como se forma cada instante que você vivencia. Apesar de ser a verdade, você acredita que existe um ser externo que está falando e outro ouvindo. Isso não é real.

O que está acontecendo aqui e agora é a ação do agregado forma e percepção criando um cenário onde existe quem ouve, quem aparentemente está falando e todas as demais pessoas que podem ser percebidas. Além disso, o agregado formação mental está criando um enredo para esse momento: o que você imagina estar ouvindo. Mais: propõe uma sensação (sentimento, emoção) para o que imagina estar ouvindo.

Tudo o que a razão cria através da ação dos agregados é justificado por informações que estão sendo criadas na memória. São elas que justificam o critério de real que a mente está aplicando ao que está sendo vivenciado.

É a soma de instantes semelhantes a esse que acabamos de descrever que vocês chamam de vida.

O cenário da vida humana

O que é a vida humana? O que é a sua vida?

Por definição direi que é o fruto da ação dos cinco agregados. A vida humana de cada ser é o que surge da ação dos cinco agregados.

Sei que vocês acham que existe uma vida externa e que a vivem, mas isso é ilusão. Não existe uma vida externa, mas sim uma ação interna dos cinco elementos que se agregam ao ser quando do advento. É essa ação que cria determinada coisa que vocês chamam de vida.

Quais são os cinco agregados? A forma, as sensações, as percepções, as formações mentais e a memória. Esses são cinco processos que não existem no espírito em sua própria natureza. Eles se agregam ao ser universal quando esse encarna, assume uma personalidade humana.

A vida humana é o resultado da ação da forma das coisas, das sensações e formações mentais geradas pela mente, das percepções geradas pelos órgãos do corpo físico e das informações que são arquivadas na memória como verdades e realidades. Por esse motivo, é importante se falar um pouco dessa criação.

Quando falo que a vida humana é resultado da ação da forma das coisas, não estou falando apenas no desenho delas. Tudo aquilo que é percebido e que por isso é tratado como existente faz parte da ação deste agregado.

Somente aquele possui esse agregado consegue perceber elementos externamente. Sem a ação do agregado forma, não existiria o mundo exterior.

Se você, por exemplo, olhar para o chão verá algo que, para você, existirá. Por que isso acontece? Porque está vendo uma forma. Agora, se olhar para o ar, onde não há formas definidas, não verá nada e por isso, para você, o que existe lá não existe.

À ação do agregado forma se junta outra: a das percepções. É da ação da forma com a da percepção que surge o cenário da vida.

Toda forma que é percebida pelo ser humanizado forma o cenário da vida, ou seja, tudo aquilo com o que convive é fruto da ação desses dois agregados que surgem depois do advento. Isso quer dizer que o que não possui forma – e por isso não é percebido – não faz parte da vida de um ser humanizado.

Para falar disso, já usei por diversas vezes um mesmo exemplo. Olhem ao seu redor e me digam o que existe entre os seus corpos e o das outras pessoas que estão ao seu redor.

Não estou falando de algo sem forma, que nunca tenha sido percebido, mas de uma coisa com a qual convivem diuturnamente e possui forma. Só que quando está ligado ao ar não percebem nem se dão conta de que o elemento está ali. Outro detalhe: segundo a ciência, vocês necessitam desse elemento para existirem.

Conseguiram descobrir? Acho que não. Estou falando da água que está presente no ar. Aquilo que chamam de unidade relativa do ar.

Sim, entre cada um de vocês existe água. Esse é um elemento que vocês conhecem a forma. Por isso deveriam estar vendo. Só que quando ela se liga ao ar está em um tamanho não perceptível. Por causa disso, não sabem que estão rodeados por ele. É por este motivo, apesar de ser imprescindível, a umidade que está no ar não faz parte do cenário da vida que estão vivendo.

Este é um grande exemplo que nos mostra que a vida que vivemos não está externamente a nós mesmos, mas sim dentro de cada um. Se os elementos não forem percebidos pela mente, ou seja, não sofrerem uma ação de reconhecimento por parte de um agregado, não faz parte do mundo de cada um. Esta é a primeira conclusão que chegamos, mas vamos mais adiante para poder bem compreender o tema de hoje.

05 – Uma codificação para cada planeta

Isso, como disse anteriormente, vale para todo o universo. Em todos os recantos do universo a personalidade transitória com a qual o espírito vive geram imagens a partir da percepção do fluído cósmico universal. No entanto, a programação é individualizada por planetas. Vou explicar isso. Em Marte, por exemplo, os egos possuem algo que posso chamar de programação marte. Os espíritos que se ligam a egos, ou seja, encarnam em Marte, conseguem ver as coisas de lá. Mas, você, espírito…

04 – A forma das coisas

Ora, se o processo que descrevemos gera o cenário (todas as coisas) da vida humana, posso dizer, então, que as percepções formam o palco da aventura do espírito ou o local de realização da encarnação. Esta verdade vale para qualquer coisa que você chame de matéria, independente do que seja, pois o único elemento material do universo é o fluido cósmico universal. Se você não vê fluido cósmico universal, não está usando a consciência espiritual, mas sim decodificando um impulso…

A realidade humana

Disponível em livro (PDF, MOBI, EPUB) – https://www.mediafire.com/file/46u5c7rearlmfs3/Encarna%25C3%25A7%25C3%25A3o_-2-_A_Realidade_Humana.rar/file Disponível em vídeo – https://youtu.be/QwlEQqsaSGM “Encarnação – a maior aventura do espírito” foi um estudo realizado em 2005 na sala do Espiritualismo Ecumênico do Paltalk. No total foram 14 conversas onde Joaquim de Aruanda explicou detalhadamente o tema encarnação. Nesse segundo volume, segunda palestra, o amigo espiritual fala do mundo humano a partir de um prisma espiritual. Fala dos elementos do mundo humano e mostra que à luz dos ensinamentos dos espíritos,…

01 – A capacidade de ver

Jesus soube que tinham expulsado o homem da casa de oração. Quando o encontrou perguntou: – Você crê no Filho do Homem? Senhor, quem é o Filho do Homem para que eu creia nele? – respondeu. Você o está vendo! Sou eu, eu que estou falando com você! – disse Jesus. Senhor, eu creio! – disse o homem e se ajoelhou diante dele. Jesus então afirmou: – Eu vim a este mundo a fim de julgar, para que os cegos…

05 – O bobo e o Reino do Céu

Esta é a primeira coisa que Cristo que nos fala neste trecho, mas ele também afirmou: “Eu vim para dar a luz para aqueles que não enxergam as coisas”. Vamos compreender isso agora. Cristo é a luz, o caminho para se alcançar as coisas do Pai e é o amor. Só quando o ser humanizado enxergar amor em tudo, sem prender-se às formas ou essências geradas pela mente e criadas por Deus de acordo com a provação de cada ser,…

03 – A culpa de enxergar

Para Cristo o cego é culpado. Porquê? Porque ao prender-se ao mundo das formas, vivencia (enxerga) os acontecimentos com outro sentimento que não o amor. Para se alcançar a Perfeita visão dos acontecimentos, não basta apenas libertar-se do mundo de formas. É preciso compreender que a essência de cada ato é dada por cada um através de sua escolha sentimental. Além de cego, o ser humanizado que acredita na percepção visual é culpado, pois deixou de cumprir os dois mandamentos…

Cegueira espiritual

Comentários de Joaquim de Aruanda ao seguinte texto bíblico: Jesus soube que tinham expulsado o homem da casa de oração. Quando o encontrou perguntou: – Você crê no Filho do Homem? Senhor, quem é o Filho do Homem para que eu creia nele? – respondeu. Você o está vendo! Sou eu, eu que estou falando com você! – disse Jesus. Senhor, eu creio! – disse o homem e se ajoelhou diante dele. Jesus então afirmou: – Eu vim a este…

02 – Encarnação

Agora que já explicamos porque a encarnação é a maior aventura do espírito, vamos, então, entender o que significa encarnação antes de continuarmos a falar da aventura em si. Antes de qualquer coisa, precisamos entender que encarnação é uma palavra do planeta Terra. No mundo espiritual a grande aventura do espírito não possui nome, pois no universo universal não existem formas e a palavra é uma forma usada para definir alguma coisa. Justamente por não ter este rótulo é que…