Portanto, a única ação para que promove a reforma íntima é o fim do bem e mal, certo e errado, bonito e feio. Isto só se consegue acabando com as leis individuais que todos criam para julgar a si e aos outros. Esta é a verdadeira reforma íntima.
Os livros sagrados de todas as religiões falam exatamente isso: submeter-se às coisas do mundo com alegria, sem julgamentos.
O primeiro mandamento da lei de Moisés diz: amar a Deus acima de todas as coisas. Entretanto o ser humanizado vivencia os acontecimentos da vida sem o amor a Deus, mas preocupado com os outros: o que eles vão dizer, o que vão achar…
Por isso afirmo: o ser humanizado ama mais as leis e está mais preocupado com o que os outros acham dele do que com Deus.
Todas as religiões pregam que você deve amar a Deus acima de todas as coisas. Ele, entretanto não dispôs normas de sociedade, regras de etiqueta, de educação, mas mesmo assim o ser humanizado prefere observar os ditames destas, pois acusam os outros de ser sem educação, de não ter bom gosto.
Preferem satisfazer aos padrões humanos ditados pelo ilusório poder que o espírito imagina ter do que amá-los. Preferem seguir a lei do homem que cria normas comportamentais do que a de Deus que fala do amor universal entre irmãos, que fala da pureza do espírito, que fala da igualdade entre todos.
A reforma íntima, o final das leis, é o encontro do verdadeiro amor, sem restrições, sem balizamentos. O ser humanizado diz que ama outras pessoas, mas quando encontra erros nelas que imagina que tenha que criticar, mesmo afirmando que está fazendo o bem, na verdade não a está amando.
Na verdade, o que o ser humano que para amar tem que antes transformar uma pessoa (os certos dela) para que acompanhe as leis dele, estão possuindo e não amando.
O ser humano que age com leis próprias é aquele que adquiriu o poder, ou seja, transformou-se em deus.
Para falar disso, vamos usar o exemplo que dei sobre o criticar quem fuma. Aquele que vivencia este ato está querendo ser o deus da vida do fumante. Isto porque ele quer decidir a forma como aquele deverá morrer.
A reforma íntima leva o ser humanizado a ter e dar liberdade de fazer o que quiser, sem magoar ninguém. Quando acabarem as leis, os seres humanizados darão aos outros o direito deles ser o que quiser, até um cadáver. Afinal de contas todos devem desencarnar um dia e porque você deve decidir o dia do outro desencarnar e não ele mesmo? Porque você quer escolher a hora do outro desencarnar?
Promover a reforma íntima é dar a liberdade completa para os outros e não querer a liberdade só para você, transformando-se em um deus. Aliás, você pode promover a sua reforma íntima sem nem acreditar em Deus: basta não acusar os outros nem conhecer o bem e o mal.
Entretanto, nesta conversa, estamos falando em promover a reforma tornando-se submisso a Deus. Estamos fazendo isso porque partimos do pressuposto que todos que aqui estão acreditam no Senhor.
Portanto, você que acredita em Deus, para que possa fazer a sua reforma íntima, deve substituir as suas leis por Deus, a Perfeição.
Deus é a Inteligência Suprema do Universo, a Justiça Perfeita, o Amor Sublime e o Comandante Supremo do Universo. Por este motivo, todas as coisas que acontecem no Universo têm que ser certas, justas e amorosas.
Desta forma, promover a reformar íntima é trocar todas as leis por uma consciência que seja submissa à Perfeição e, por isso, vivencie apenas esta forma de compreender o que está acontecendo.
O câncer não é uma doença, nem uma mal: ele é perfeito porque só atinge ao espírito humanizado que precisa dele e quando isso acontece, é justo e serve como elevação para o espírito, ou seja, fruto de um Amor Sublime. Somente a pessoa que precisa passa fome e no grau que merece, mas isto não é maldade e sim ensinamento que levará aquele ser a elevar-se espiritualmente.
Esta é a reforma íntima que estamos comentando: mudar-se para Deus. Você não pode querer ser o Comandante Supremo da vida dos outros, nem da sua, porque é imperfeito. Só a aceitação de todas as coisas como oriundas do Pai é que pode trazer a Perfeição a todas as coisas.