Participante: esse é o raciocínio que não é para racionar?

Exato. Esse é o raciocínio ao qual você não deve se submeter, no qual não deve acreditar.

Ele não deve servir como raciocínio real porque é especulativo, ele compara a percepção com o que está no consciente. Ao fazer isso, polui o que é percebido e você nem nota a impureza desse raciocínio. .

Simplesmente acredita que ia acontecer uma batida do carro em outro se… Quem disse que ia acontecer a batida? Se não bateu, nunca ia bater.

Só que a partir da poluição feita por rajas, o ser vive a realidade que a batida foi iminente e que só não aconteceu por causa da sua intervenção. Com isso sofre.

Nesse momento, todos devem sair de perto dessa pessoa. Motivada pela crença na realidade da batida iminente e crente da realidade do seu pensamento que afirma que o motorista é inapto, surge a culpa de quem estava dirigindo.

Por não estar atento ao mundo interno onde o pensamento criou a ideia de que ia bater, vive a realidade de que precisa brigar com o motorista para que não haja uma próxima vez. O problema é que a próxima vez sempre acontece, não? Por mais que o ser motivado por rajas acredite que com sua bronca pode mudar o outro, isso não acontece. Daí o sofrimento constante.

Tudo isso, no entanto, só acontece porque aquele ser não estava presente naquele momento. Estava disperso do mundo interno e por isso não viu que nada do que foi criado pela razão é real. Não reparou que se trata apenas de um raciocínio, uma razão, gerado sob a égide de rajas e que por isso contaminou a percepção.

O mesmo acontecerá com a ideia da necessidade de corrigir os outros pela bronca. A força do guna rajas gera um pensamento que afirma que é preciso agir criticando os outros para que em uma próxima vez sua vida não corra risco.

Um detalhe. Quando falei em dispersa, não quis dizer que estava longe das coisas do mundo. Não é isso. Estava dispersa com relação ao seu mundo interior, a viver em meditação, a raciocinar o raciocínio.

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