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Participante: tenho vivenciado uma realidade de intensa atividade no trabalho, nos afazeres domésticos e no cuidado das crianças. Desde o contato com o EEU aprendi a lidar de modo harmônico com muitas situações que antes perderia a paz. Na sobrecarga atual, isso não tem mais acontecido sempre e tenho enxergado tudo o que acontece de mais simples como um problema. Fico irritada, chorosa e cansada porque preciso resolver tudo. Pode comentar?

Posso: o ismo nunca é um só.

O que você está passando é o que está passando. Como está reagindo ao que está passando tem a ver com o ismo, com a necessidade e a obrigação que foi gerada a partir de alguma coisa.

Você diz: desde o contato com o EEU aprendi que… Aprendeu o quê? Isso é vida, isso é acontecimento. Nunca falei para mudar o que é vivido. O importante não é analisar o que faz, mas o ismo que é vivido a partir do ato: eu tenho que fazer sempre…

O ismo é isso, é a obrigação e necessidade que nasce com o seu egoísmo, criando posses, paixões e desejos. Por isso, digo que, se realmente tivesse aprendido o que falo, se colocasse em prática o ensinamento, estaria em paz, mesmo estando irritada, chorosa e cansada.

Se colocasse em prática, estaria em paz com o aparente não colocar em prática. Isso porque a prática do ensinamento é sempre isso: se fizer, fez, se não fizer, não fez.

É isso que precisamos entender a respeito do ismo. Eles são necessidades e obrigações que geram posses, ‘eu sou capaz de fazer’, paixões, ‘é bom fazer’, e desejos, ‘eu quero fazer’. Ismo é isso: o conjunto de normas, verdades, que geram razões que contêm obrigações e necessidades que geram a posse, a paixão e o desejo.

Por isso, a minha resposta é: se fez, fez, se não fez, não fez. Aprenda a viver em paz com você mesmo, quando não fizer.

Ficou claro?

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