Participante: o corpo físico morre após o desencarne, mas quando o ego da última encarnação morre e o espírito retoma a consciência de que não é personagem algum?
Veja, você fala ‘quando o corpo morre’. Isso não existe: o corpo não morre. Para morrer, é preciso antes estar vivo e ele não está.
O corpo é uma criação da razão. Ele não existe como alguma coisa externa ao ego. O corpo não é o invólucro que recebe o ego. Nada disso, ele é consciência, não tem nada a ver com o corpo.
Voltando à sua questão, você comenta sobre a morte e o ego. Na verdade, ele não morre quando o espírito se desliga do corpo. Continua existindo e até criando outro corpo, o chamado perispírito.
Depois do desencarne, o que acontece é que a vida que leva agora, quando está encarnado, continua igual depois daquilo que você chama de morte. Igualzinha: você vai sentar no mesmo lugar, andar no mesmo lugar, comer, dormir, etc. A sua existência só vai mudar na hora em que você mudar.
Esse é um processo espiritual de limpeza do apego ao ego da última encarnação, do fim da identificação com aquela personalidade. Ele existe desde o desencarne até que o espírito esteja pronto para voltar à sua própria consciência.
Durante esse processo, o ego não morre, pois para alcançar a não identificação é preciso existir uma personalidade com a qual se esteja identificado. Na verdade, o ego nunca morre: ele some, acaba. Falando em termos mais modernos, o fim do ego acontece como se uma tecla de um computador fosse apertada e, com isso, apagasse tudo na tela.
É assim que o ego some. Essa é a morte do ego.
Ficou claro?