Vida humana

Viver a vida

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Quero começar essa conversa falando sobre viver. É preciso porque não adianta nada tentar apender a viver sem saber o que é viver.

Essa mensagem, portanto, é basicamente para isso: para entendermos que a partir de agora vamos começar a aprender a viver e vamos começar a fazer isso conhecendo o que é viver. Vamos lá.

Viver é como ler um livro.

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Um novo estudo

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Salve! Que a paz do Deus esteja com vocês.

Mais uma vez nós estamos aqui para falar sobre determinado aspecto da vida espiritual, da espiritualização da vida humana. Já é a vigésima semana que estamos conversando sobre algum determinado ponto de vista. Vou fazer um pequeno resumo, já que falamos de muita coisa até agora.

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Aceitar a vida como ela está

Enviar texto por WhastappEnviar texto por Telegram Participante: vou ilustrar com a minha experiência para ver se casa com o que você está falando. Na época que tinha síndrome do pânico, não tinha condições de pegar ônibus. Tinha medo de passar mal dentro do ônibus e ninguém me acudir. Uma das vezes que enfrentei esse medo, passei mal dentro do ônibus. Naquele momento me veio à cabeça o seguinte pensamento: eu não tenho como me livrar disso. Então tenho que…

O custo da vida

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Continuemos falando da questão do valor essencial da vida.

Já imaginaram, já tiveram alguma ideia do quanto custa ao universo a encarnação de cada ser? Vamos conversar sobre isso.

O que havia nesse lugar antes de ser uma casa?

Participante: uma floresta.

Onde estão as plantas que existiam aqui? Tiveram que morrer para que vocês tivessem uma casa.

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Prazeres mundanos

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Portanto, a diferença está sempre no objetivo para existir que cada um vivencia. Aqueles que não mergulham na profundidade da vida vivem apenas para gozar os prazeres deste mundo. Aliás, se analisarmos com mais calma, veremos que esse é o objetivo da existência de cada ser humano, mesmo daqueles que dizem acreditar haver em si algo além da carne: gozar os prazeres criados pelos sentidos humanos.

Quem não quer ver apenas aquilo que considera bonito? Quem não quer cheirar apenas o que considera cheiroso? Quem não quer ouvir apenas sons que são agradáveis aos seus ouvidos ou provar sabores que gostam?

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As situações da vida

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Participante: como acordar de manhã e sentir isso que o senhor falou?

Meditando consigo mesmo, falando para si mesmo o motivo pelo qual está acordando. Orai e vigiai, como ensinou Cristo. Se não orar por si mesmo e não vigiar as criações que a sua mente faz, a superficialidade da vida lhe levará.

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Mergulho na vida

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Agora que já vimos a importância do objetivo da vida de cada um para a sua elevação espiritual, temos que conhecer o objetivo com o que vivemos. Para falar disso começo com algumas perguntas…

Por que você acha que nasceu? Para que acorda todo dia de manhã? Para que respira a cada momento? A resposta a essas perguntas lhe mostra o seu objetivo de vida.

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Apego às coisas

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A partir dessa análise, voltamos ao ensinamento de Krishna para podermos continuar no assunto da conversa de hoje.

Se o Sublime Senhor afirma que o feliz transita durante a vida entre as coisas desse mundo sem apegar-se a ela, a partir da análise que fizemos, temos que compreender que o que realmente está dizendo é que o verdadeiro sábio vivencia um cenário e um enredo gerados pelos agregados sem apego ao que é formado pela razão

Essa compreensão nos leva ao último assunto que precisamos abordar antes de começar a conversar sobre o conhecer e o saber: o apego às coisas.

O que é o apego a alguma coisa? É dar ao que é vivido o valor de real, de bom, justo ou certo. Viver qualquer criação mental coma consciência de que elas são verdadeiras, reais, é estar apegado a alguma coisa, pois quem crê na mente está apaixonado por algo.

Falei em bom, justo e certo e por causa disso devem estar imaginando que o apego existe apenas quando se vivencia positivamente alguma movimentação gerada pelos agregados, mas isso não é real. Mesmo quando se vive como realidade a declaração da mente que afirma que alguma coisa é errada, injusta ou má, está havendo um apego, pois quem vive estas qualificações como reais considera-se certo.

Quem diz que algo não presta está vivendo um apego, pois se considera certo e com isso está demonstrando uma paixão por algo. Portanto, mesmo que alguém viva como real a negatividade que a mente cria para as coisas, o apego continua existindo, pois algo só pode se considerar negativo quando se conhece o positivo daquilo. Esse conhecimento caracteriza o apego e não o que é dito.

Aplicando tudo o que vimos aqui ao ensinamento que Krishna usou como caminho para aquele que quer aproveitar essa encarnação, posso, então, dizer que alcança a elevação espiritual aquele ser que encarnado não dá o valor de certo, verdadeiro justo ou bom para o fruto da ação dos cinco agregados, ou seja, àquilo que é chamado de vida. A partir desta compreensão podemos entrar no assunto de hoje: conhecer e saber.

O enredo da vida

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O cenário da vida, apesar de não imaginarem assim, é estático.

A movimentação que a mente confere às coisas geradas pela percepção e pela forma, que chamarei de enredo da vida, é gerada por mais dois elementos que se agregam ao ser depois do advento: as formações mentais e as sensações ou sentimentos. São as ações desses dois agregados que conferem uma movimentação àquilo que possui forma e por isso é percebido.

A partir de tudo isso, posso dizer que a vida de cada ser humanizado nada mais é do que formas que são percebidas e para as quais são criadas histórias através do pensamento. Para essas são atribuídos valores sentimentais pelo agregado sensação.

Aí está a sua vida. Tudo que participa enquanto se imagina vivo surge a partir da ação desses agregados ao invés de surgirem externamente como imagina.

A formação mental tem ainda mais uma função que faz parte do enredo da vida: a de criar a consciência de existir o que é criado pela forma e percepção.

Você é exposto às formas e percepções, mas só acredita que elas são reais porque a formação mental afirma isso. Se não houvesse uma formação mental criando a consciência de existir, o que é criado pela forma e percepção não existiria.

Através dessa criação, a formação mental vai criando enredos para a vida: o seu carro, a casa dos outros, a certeza do que viu, etc. Sem uma formação mental que gere uma consciência, só existiria formas sem sentido. A vida não teria um enredo.

Faltou falarmos do agregado memória. Vamos fazer isso agora.

A vivência da ação dos agregados, ou seja, o fato de imaginar que aquilo que eles criam está acontecendo externamente leva a mente a gerar verdades e realidades sobre o cenário e o enredo da vida. Essas informações são armazenadas naquilo que chamam de memória. Ou seja, tudo o que se lembra de ter vivido ou não, na verdade nada mais é do que uma ação do agregado formação mental com o que foi percebido e não a lembrança de uma realidade.

As informações que são criadas pelo agregado memória servem para justificar os valores que a formação mental cria. Por exemplo: você só sabe que está nesse ambiente porque a sua memória cria a ideia de já ter conhecido esse espaço e o rótulo que se dá a ele: minha casa, lugar de encontros, etc. Se a memória não criasse essas informações, apesar de ter a consciência de estar aqui, não saberia onde está e o que é o aqui que está consciente de estar.

Eis aí, portanto, como se forma cada instante que você vivencia. Apesar de ser a verdade, você acredita que existe um ser externo que está falando e outro ouvindo. Isso não é real.

O que está acontecendo aqui e agora é a ação do agregado forma e percepção criando um cenário onde existe quem ouve, quem aparentemente está falando e todas as demais pessoas que podem ser percebidas. Além disso, o agregado formação mental está criando um enredo para esse momento: o que você imagina estar ouvindo. Mais: propõe uma sensação (sentimento, emoção) para o que imagina estar ouvindo.

Tudo o que a razão cria através da ação dos agregados é justificado por informações que estão sendo criadas na memória. São elas que justificam o critério de real que a mente está aplicando ao que está sendo vivenciado.

É a soma de instantes semelhantes a esse que acabamos de descrever que vocês chamam de vida.

O cenário da vida humana

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O que é a vida humana? O que é a sua vida?

Por definição direi que é o fruto da ação dos cinco agregados. A vida humana de cada ser é o que surge da ação dos cinco agregados.

Sei que vocês acham que existe uma vida externa e que a vivem, mas isso é ilusão. Não existe uma vida externa, mas sim uma ação interna dos cinco elementos que se agregam ao ser quando do advento. É essa ação que cria determinada coisa que vocês chamam de vida.

Quais são os cinco agregados? A forma, as sensações, as percepções, as formações mentais e a memória. Esses são cinco processos que não existem no espírito em sua própria natureza. Eles se agregam ao ser universal quando esse encarna, assume uma personalidade humana.

A vida humana é o resultado da ação da forma das coisas, das sensações e formações mentais geradas pela mente, das percepções geradas pelos órgãos do corpo físico e das informações que são arquivadas na memória como verdades e realidades. Por esse motivo, é importante se falar um pouco dessa criação.

Quando falo que a vida humana é resultado da ação da forma das coisas, não estou falando apenas no desenho delas. Tudo aquilo que é percebido e que por isso é tratado como existente faz parte da ação deste agregado.

Somente aquele possui esse agregado consegue perceber elementos externamente. Sem a ação do agregado forma, não existiria o mundo exterior.

Se você, por exemplo, olhar para o chão verá algo que, para você, existirá. Por que isso acontece? Porque está vendo uma forma. Agora, se olhar para o ar, onde não há formas definidas, não verá nada e por isso, para você, o que existe lá não existe.

À ação do agregado forma se junta outra: a das percepções. É da ação da forma com a da percepção que surge o cenário da vida.

Toda forma que é percebida pelo ser humanizado forma o cenário da vida, ou seja, tudo aquilo com o que convive é fruto da ação desses dois agregados que surgem depois do advento. Isso quer dizer que o que não possui forma – e por isso não é percebido – não faz parte da vida de um ser humanizado.

Para falar disso, já usei por diversas vezes um mesmo exemplo. Olhem ao seu redor e me digam o que existe entre os seus corpos e o das outras pessoas que estão ao seu redor.

Não estou falando de algo sem forma, que nunca tenha sido percebido, mas de uma coisa com a qual convivem diuturnamente e possui forma. Só que quando está ligado ao ar não percebem nem se dão conta de que o elemento está ali. Outro detalhe: segundo a ciência, vocês necessitam desse elemento para existirem.

Conseguiram descobrir? Acho que não. Estou falando da água que está presente no ar. Aquilo que chamam de unidade relativa do ar.

Sim, entre cada um de vocês existe água. Esse é um elemento que vocês conhecem a forma. Por isso deveriam estar vendo. Só que quando ela se liga ao ar está em um tamanho não perceptível. Por causa disso, não sabem que estão rodeados por ele. É por este motivo, apesar de ser imprescindível, a umidade que está no ar não faz parte do cenário da vida que estão vivendo.

Este é um grande exemplo que nos mostra que a vida que vivemos não está externamente a nós mesmos, mas sim dentro de cada um. Se os elementos não forem percebidos pela mente, ou seja, não sofrerem uma ação de reconhecimento por parte de um agregado, não faz parte do mundo de cada um. Esta é a primeira conclusão que chegamos, mas vamos mais adiante para poder bem compreender o tema de hoje.