Portanto, a diferença está sempre no objetivo para existir que cada um vivencia. Aqueles que não mergulham na profundidade da vida vivem apenas para gozar os prazeres deste mundo. Aliás, se analisarmos com mais calma, veremos que esse é o objetivo da existência de cada ser humano, mesmo daqueles que dizem acreditar haver em si algo além da carne: gozar os prazeres criados pelos sentidos humanos.

Quem não quer ver apenas aquilo que considera bonito? Quem não quer cheirar apenas o que considera cheiroso? Quem não quer ouvir apenas sons que são agradáveis aos seus ouvidos ou provar sabores que gostam?

Participante: isso é prazer mundano?

Sim, porque tudo isso é criação mental. Além do mais, achar algo bonito é dizer que Deus é capaz de fazer o feio, pois quem considera algo como belo é porque conhece o que é feio.

Participante: mas, aquilo que gostamos não pode ser considerado como ruim. A sensualidade é algo maravilhoso porque inclusive nos ajuda na busca do que é essencial.

Vamos entender direito o que estou falando…

Cristo não disse que você não deve gostar de nada, mas sim amar a tudo. O gostar depende da sua satisfação; o amar independe dela. Vou dar um exemplo para entender o que quero dizer.

Você queria estar aqui hoje?

Participante: sim.

Como conseguiu estar, viveu esse momento como bom, como satisfatório.

Agora, digamos que não tenha conseguido chegar aqui, como estaria vivendo esse momento? Com desgosto. Portanto, para gostar de um momento você depende que ele esteja de acordo com as suas condições.

Acontece que para se viver o amor que Cristo ensinou essa condição não é necessária. Ele deve existir independente do que está acontecendo (acima de tudo). Por isso o seu gostar não pode ser considerado como uma expressão do amar que Cristo ensinou.

Outro detalhe: o gostar leva ao prazer, a satisfação de ter seus desejos atendidos; o amor ensinado pelo mestre nazareno leva sempre à felicidade. Quem se liberta de suas condições para ser feliz pode estar sempre em paz e harmonizado com o momento, pois não possui condições necessárias para a vivência desse estado de espírito. Esse é feliz apenas por estar vivendo o que Deus fez e não porque o que queria aconteceu.

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