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Lidando com o desejo

Participante: Até então havia compreendido que tínhamos que vencer os desejos. Não é bem assim? Posso até desejar, mas se não sofrer por não conseguir já me aproximo de Deus? Por exemplo, se eu desejo um carro novo, posso até continua desejando, mas se não o conseguir não devo sofrer: é isto?

Veja bem: a evolução espiritual se dá em etapas. Ninguém pula ou elimina qualquer das fases da evolução. Por isto, para se alcançar o objetivo da existência carnal (alcançar a perfeição, se elevar) tem que ser igual a preto-velho: custa a colocar o pé na frente, mas quando põe não tira.

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Um só Mestre

Você não devem ser chamados de “mestre”, pois todos vocês são irmãos uns dos outros e têm somente um Mestre.

Que maravilha de ensinamento: todos somos irmãos, ou seja, somos iguais. Você não pode ser um mestre, ou seja, saber das coisas mais do que os outros, pois se assim fosse seria melhor que os outros.

Somos todos iguais, irmãos entre si. Se você tem o direito de achar que sabe é preciso que dê ao outro o direito de achar que ele também sabe. Se ele não faz como você fala é porque fez do jeito que achava que deveria fazer. Se ele não fez é porque achava que não tinha que fazer.

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Querem ser respeitados

Gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças e de ser chamados de mestre.

Por que o professor da lei gosta de ser cumprimentado com respeito? Para ele, o respeito é a prova da fama. Os professores da lei gostam que os outros digam o quanto ele sabe. Gosta que os outros estejam sempre afirmando: ‘é um prazer e uma honra lhe cumprimentar’.

Por que eu deveria ter essa deferência especial pelo professor da lei já que ele é um ser humano igual a mim? Se ele vive a vida da mesma forma que eu (baseado no individualismo), então, porque é preciso bajulá-lo? Na verdade, o professor da lei não quer ser respeitado, mas bajulado. O que ele exige é o respeito pela sua superioridade. 

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Querem os lugares de honra

Preferem os melhores lugares nas festas …

O professor da lei não aceita passar incógnito. Ele quer a posição de destaque onde quer que esteja. Não aceita ser mais um, mas quer ser sempre o principal. Esse é o professor da lei.

É aquele que se vangloria de ser o responsável por tudo, ser o dono de todas as coisas, aquele que sempre sabe. Esse é o professor da lei. Ele faz questão de sempre falar tudo o que sabe e quer estar sempre rodeado de outros que lhe adorem.

Para ele a bajulação é o alimento, é o ar que respira: não consegue viver sem. Imagina que terá isso por toda eternidade, mas mal sabe o que lhe reserva o destino depois da saída da carne: o abandono completo. Não como uma penalidade, mas para aprender a ser humilde.

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São vaidosos

E olhem os pingentes grandes nas suas capas.

O “professor da lei” adora se enfeitar, estar bonito. Sabe para quê? Para causar boa impressão. Para que? Para mostrar o quanto é superior. Para que? Para poder amarrar fardos nas costas dos outros. Este é o ensinamento do Cristo.

Quando você vê uma pessoa excessivamente arrumada, “engomada”, é um “professor da lei” querendo aparecer, mostrar o quanto ele é importante. Age assim porque a humanidade acredita na aparência estética.

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A obrigação de amar

Pergunta: Quando o senhor manda, por exemplo, amar, não está fazendo uma lei?

Eu não mando amar ou qualquer outra coisa. Nunca mandei ninguém fazer nada. O que eu ensino é o seguinte: se você quer alcançar a elevação espiritual tem que amar. Agora, se você não quiser alcançar, eu não vou obrigá-lo a atingi-la.

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Os ensinamentos espirituais e o misticismo

Para auxiliar os seres humanizados na tarefa da escolha da reação aos acontecimentos da vida, os mestres da humanidade trouxeram seus ensinamentos. Eles servem como um guia que deve formatar a vivência dos acontecimentos humanos para aquele que quer buscar a elevação espiritual. No entanto, por causa da perda do foco da vida, os espiritualistas acabam colocando estes ensinamentos a serviço dos seus anseios humanos. Quem aqui ainda não leu que Cristo diz que não se serve a dois senhores…

O trabalho da vida para o espiritualista

Participante: quer dizer que eu não posso rezar? Pode. Você pode fazer tudo o que fizer. Só não pode é perder o foco da vida. Se você se diz espiritualista, que acredita haver em si algo além da matéria, acredita que continuará a existir mesmo depois que esta vida acabe, é preciso que foque a sua existência neste algo mais. Se não fizer isso, não aproveitará a oportunidade da encarnação e quando for este algo mais que acredita ser se…

Os templos

Participante: se as igrejas não são locais especiais para oração, por que elas foram abertas? Por favor, não faça esta pergunta a mim, pois eu não abri nenhuma igreja nem pretendo fazê-lo. Aliás, não sei por que elas foram abertas. Cristo nos ensinou que o templo de Deus está dentro de cada um. Sendo assim, para que há a necessidade de haver uma igreja? Erguer um templo em honra a Cristo, portanto, é faltar com a verdade do que ele…

Procure Deus no lugar certo

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Participante: Joaquim, tenho uma dúvida. Eu, por exemplo, no meu caso, quando busco a Deus, pego livros dos mestres que passaram por esse mundo, por exemplo, Jesus, Buda, etc. Tenho, também, procurado a meditação. Me sinto bem quando tenho esse tipo de leitura. É assim que tento entrar em sintonia com o mundo mais espiritual. Mas, por outro lado, a gente vive nesse mundo meio maluco aqui, onde o importante é o sucesso, o dinheiro, o poder. Onde trabalho as pessoas com quem convivo são muito ligadas aos bens materiais, ao dinheiro. São pessoas ambiciosas. Por isso às vezes começo a me sentir mal com isso. Quando vejo essas pessoas assim, falo para mim: nossa, esse é um caminho assim que você sabe que não é errado, mas às vezes isso também me contamina. Então, gostaria de saber do senhor como que devo fazer para não me contaminar com isso, com esse mundo que a gente vive?

Você acredita em livre arbítrio?

Participante: sim.

Então saiba que quem vive para a materialidade está exercendo o livre habito de viver para a materialidade.

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