Para auxiliar os seres humanizados na tarefa da escolha da reação aos acontecimentos da vida, os mestres da humanidade trouxeram seus ensinamentos. Eles servem como um guia que deve formatar a vivência dos acontecimentos humanos para aquele que quer buscar a elevação espiritual. No entanto, por causa da perda do foco da vida, os espiritualistas acabam colocando estes ensinamentos a serviço dos seus anseios humanos.

Quem aqui ainda não leu que Cristo diz que não se serve a dois senhores ao mesmo tempo? Mas, vocês ainda acham que este mestre pode servir como intermediário para vocês conseguirem que seus interesses sejam preservados, não é verdade? Quem aqui ainda não leu que Cristo ensinou que devemos retirar a trave de nosso olho em vez de querer tirar o cisco do olho de nosso irmão? No entanto, ainda se ora ao mestre pedindo para que ele interceda junto ao próximo e o mude para que a vontade individual de um prevaleça sobre a do outro.

Este é o problema de se viver no misticismo: ele força para os anseios humanos, ele prende cada vez mais o ser humanizado aos sistemas de vida humanos e às exigências que se faz à vida.

O espírito encarnado se considera um ser humano que vivencia momentos espirituais, por isso tudo aquilo que ele vivencia como momentos de ligação com o Universo é vivido apegado aos anseios humanos, dependente das exigências que o homem aplica à vida e sob a tutela dos sistemas humanos. Se os seres humanizados precisam se libertar de tudo o que é humano, também precisam desapegar-se das verdades que surgem desta relação, mesmo que elas sejam consideradas santas, espiritualmente sábias ou sagradas.

Tudo que o ser humanizado aprendeu até hoje a respeito das informações que os mestres deixaram foi usado e pautado para atingir os anseios humanos, para cumprir as exigências que o homem aplica à vida ou à tutela dos sistemas humanos. Ou seja, para atingir a objetivos materiais. Portanto, para aquele que quer viver para o algo mais que acredita existir em si é necessário que ele se liberte dessas coisas.

Há bastante tempo venho fortemente recomendando àqueles que me ouvem que parem de querer saber quem é Deus ou como é o mundo espiritual. Falo isso porque o ser humanizado não tem condições de conhecer as coisas além da matéria e porque o achar que conhece o mundo espiritual causa a vivência de acontecimentos humanos com intencionalidades humanas como se elas fossem espiritualizadas.

Eis aí o problema de quem perde o foco da vida e aceita as informações dos místicos: ele acaba colocando os ensinamentos dos mestres à disposição da sua humanidade, em vez de usá-los como instrumentos para a sua elevação.

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