Também disponível em vídeo (https://youtu.be/ix0NSUHk-YA) e áudio (https://anchor.fm/firmino-josu00e9-leite/episodes/A-base-para-julgamento-do-ser-humano-e1f0pv1)

Disse ainda: prestem atenção a tudo que ouvirem, pois a regra que vocês usarem para julgar os outros, Deus usará para julgar vocês com mais dureza ainda. Quem tem, receberá mais; quem não tem, até o pouco que tem lhe será tirado.

O ser humanizado gosta de julgar (ter opiniões) sobre os outros. Mas, Cristo adverte: a mesma regra que for utilizada para julgar os outros será utilizada por Deus para julgar aquele ser.

Esse ensinamento corrobora perfeitamente o que já falamos: você gosta de gritar com os outros? Deus fará outros gritarem com você. Gosta de ofender os outros? Deus os fará lhe ofender. Quem gosta de apontar os erros dos outros está sujeito a ter seus erros apontados pelos outros.

Para que o Senhor faz isso? Por que Deus age assim? Será que Ele é ruim, mal? Não. Ele age assim porque é justo. Ou seja, tem que dar a cada um segundo a sua obra. Se a obra do ser humanizado é espalhar a crítica, ele receberá a mesma moeda.

Assim é o Universo: ação e reação iguais. A reação pode não ser igual na forma, ou seja, a crítica pode não ser sobre o mesmo assunto, mas é igual no sentimento. Criticar gera ser criticado.

Aquele que age sem pensar no ferimento que pode causar aos outros seres possui pouco amor. Pois bem, esse pouco amor que tem perderá. Isso porque ao vivenciar um sentimento negativo contra outro ser, o espírito humanizado transforma o amor, que é positivo, em algo negativo. Mas aquele que tem muito amor estará sempre recebendo mais, pois não importa que sentimento o outro vibre contra ele, será transformado em amor.

Vendo por este ângulo o ensinamento de Cristo é claro: não julgar para não ser julgado. Não apontar erros nos outros para não ter os seus próprios apontados. Mas, para alcançar esta forma de vivenciar os acontecimentos da vida é preciso ter o amor.

O componente alegria do amor não deixa o ser humanizado ver erro nos outros porque sabe que se fizer isso encontrará a agonia, o sofrimento, a dor. Evita criticar os outros porque além de saber que ele mesmo sofrerá, tem a consciência de que fará o próximo sofrer. Quem critica os outros não vivencia o componente igualdade do amor, pois ao criticar está sentindo-se o certo enquanto o outro está errado.

Muitos dizem que criticam por amor, para ajudar os outros, mas não é assim que se ajuda. A crítica não ajuda em nada. Só a doação da alegria e da igualdade (dar ao outro o direito de pensar diferente) pode auxiliar o próximo.

Essa distribuição de igualdade e alegria só se consegue amando. Amar é a única forma de ajudar o próximo. Quando alguém imagina que através de uma crítica pode ajudar engana-se: está atrapalhando.

Quem pretende ajudar criticando não vê que por mais que diga que suas intenções são louváveis, isso não é real. Quem critica o próximo dizendo que está errado não vê que parte de sua própria verdade relativa colocando-a como absoluta.

Na realidade, não quer ajudar o próximo, mas submetê-lo às suas próprias verdades. Não quer auxiliá-lo, mas dominá-lo.

É por isso que o ditado popular diz: no inferno está cheio de seres com boas intenções. A chamada boa intenção do ser humanizado nunca é tão boa, porque sempre se fundamenta em suas verdades relativas, tratando-as como absolutas. Isso acaba com a base amorosa da ação.

Auxiliar através da crítica nunca pode ser bom, porque no inconsciente está embutido um sentimento individualista.

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