Pergunta: O senhor falou que devemos amar a tudo que fizermos, mas se eu faço alguma coisa e me arrependo depois?


Na hora do arrependimento, não amou, já que sofreu. Depois do arrependimento se acusará e isto denota que continua não amando. Cada momento com seu conteúdo é uma prova diferente, apesar de parecerem decorrência um do outro. Fazer, arrepender-se e acusar são momentos diferentes, provas diferentes.
Apenas por ter se arrependido não quer dizer que na hora que fez não tenha amado: não há esta lógica no universo. No momento do arrependimento há uma oportunidade de amar ao próximo e a si mesmo ou não. Se acusar é outra oportunidade para a mesma coisa. Só que um momento não decorre necessariamente do outro.
Na realidade se o que fez levou ao arrependimento é sinal de que não amou o que fez após a realização do ato e não no momento em que esse aconteceu. Isto ocorre porque o arrependimento surge quando você revê o que fez e decreta que não gostou daquilo e não no momento do fato.
O arrependimento independe do momento que está fazendo: é um novo momento onde se avalia o que fez. Quando serviu de instrumento a Deus para a ação pode ter amado ou apenas gostado ou desgostado, mas é no momento que revê o ato que se arrepende.
Por tanto, eu só posso dizer que foi nesta hora que você não amou e não antes. Na hora do arrependimento você não amou e, por isso, decretou através do pensamento que não gostou. Se neste momento amasse o pensamento seria: fiz, ponto final.
O pensamento daquele que ama apenas constata a Realidade sem arrepender-se ou locupletar-se com o acontecido. O pensamento daquele que tem fome e sede de fazer a vontade de Deus não utiliza adjetivos ou objetos diretos ou indiretos.
Mas, sentindo-se arrependida, não foi isso que ocorreu. Você reviu os acontecimentos e sofreu e por isso o pensamento lhe disse: “viu só que eu fiz?”.
O arrependimento não está no pensamento original, aquele que teve enquanto fazia o ato, mas naquele que determina porquês e para quês durante a avaliação do ato.

Pergunta: Mas, mesmo que o que eu tenha praticado seja uma coisa que possa prejudicar alguém?


Se incomodar ou prejudicar a alguém, dê graças a Deus. A sua ação serviu de instrumento para gerar uma prova a esse outro espírito: uma nova oportunidade para ele poder amar, ou seja, uma nova chance de evolução.
Ame ter sido instrumento de Deus para trazer ao próximo o que precisava. Se quer ser instrumento de Deus para fazer apenas que o outro quer ou aquilo que você quer, não tem fome e sede de fazer a vontade Deus. Você não pode escolher o que fazer como instrumento de Deus, porque realiza sempre aquilo que o outro precisa para a sua elevação espiritual e não o que a sua razão ou a dele quer.
Não estou falando em “querer” incomodar ou prejudicar, mas participar de ações onde, mesmo que não queira incomodar, isso ocorra. Viva a Realidade independente dela espelhar o seu querer ou não. Se naquele momento o outro precisava ser incomodado para realizar uma prova para elevação espiritual, ame você ter sido instrumento dando-lhe aquela oportunidade.

Pergunta: Mas às vezes é difícil a gente compreender que a pessoa estava precisando disso, ou seja, que é parte de um caminho do bem?


Mas o que é o “caminho do bem” para você? É aquilo que você acha “bom” individualmente ou o que Deus tem a certeza de que é o ideal para o espírito?
Não existe “bem” ou “mal” no universo, mas apenas no particular: aquilo que você acha que é “bom” e “mal”. Universalmente o que existe é o carma, ou como Cristo ensinou, cada um recebe de Deus de acordo comas suas obras.
Se o que você faz é oriundo da vontade de Deus que expressa o justo merecimento de cada um, então não foi “bom” ou “mal”, mas Perfeito. O acontecimento foi o resultado de uma obra anterior daquele espírito e você foi simplesmente instrumento para levar a ele isto.
Portanto, ame ter sido instrumento da Justiça de Deus, de ter contribuído com o Pai para a Sua obra. É por isso que o Espírito da Verdade diz: “Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial deste mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta” .


Quando compreender essa Realidade do Universo poderá amar a tudo que acontece independente de regras e normas individuais que decretem o que é “bom” ou “mal” para você ou para o próximo. Neste momento não acusará mais a si ou a outros.

Pergunta: Nós estamos tão condicionados a querer melhorar …


Mentira, o ser humanizado não quer se melhorar: esse é o maior maya do buscador de Deus. O que ele quer é atender os seus próprios padrões de melhora. A “melhora” que o ser humanizado diz querer fazer é condicionada àquilo que ele acredita e não baseado no universal, no Real.
Portanto, você não está se buscando se melhorar para Deus e o próximo, mas alcançar aquilo que quer ser. Isto é individualismo: você só pensando em você mesmo.
Não existem padrões de melhora a não ser que estes padrões sejam individuais, pois quem busca a Deus não impõe condições, mas tem fome e sede fazer a vontade do Pai.

Compartilhar