Misticismo se define como um tipo de religião que enfatiza a atenção imediata da relação direta e íntima com Deus ou com a espiritualidade, com a consciência da Divina Presença. Segundo o dicionário, misticismo é uma doutrina filosófica e religiosa, segundo a qual a perfeição consiste em uma espécie de contemplação, que vai até o êxtase e une o homem à divindade.A partir desse aspecto, podemos chamar de mística todas as coisas que são empregadas para criar a relação direta…
A Bíblia Sagrada é um livro que traz os ensinamentos passados pelos enviados de Deus: os profetas, apóstolos e o próprio Mestre maior (Cristo). Porém, a narrativa destes ensinamentos é feita de uma forma cronológica, o que a transforma, além de transmissora de ensinamentos, em um livro histórico. Ela retrata a história de um grupamento de espíritos (judeus) até determinada época.A vida deste povo está intimamente ligada com a evolução espiritual neste planeta, como transmissores da Verdade Universal do Deus…
Agora que já vimos a importância do objetivo da vida de cada um para a sua elevação espiritual, temos que conhecer o objetivo com o que vivemos. Para falar disso começo com algumas perguntas…
Por que você acha que nasceu? Para que acorda todo dia de manhã? Para que respira a cada momento? A resposta a essas perguntas lhe mostra o seu objetivo de vida.
Vocês precisam entender que há uma diferença entre o anseio humano e o espiritual. Mais: que as normas humanas são feitas para preservar o anseio humano. As espirituais para preservar os anseios do ser universal. Mais uma compreensão que precisa ser atingida: os dois anseios são antagônicos.
Participante: ambos os anseios são ilusórios.
Não sei se são.
O espírito tem o anseio de aproximar-se de Deus. Isso não é uma ilusão.
Aqui só há pessoas que não têm nenhuma dúvida: acham que estão vivas. Pessoas que já estão vivendo essa vida há muito tempo e por isso acham que estão vivos há muito tempo. Para essas pessoas pergunto: por que vocês acham que estão vivos?
Há um ensinamento muito interessante que já comentamos e vou usá-lo como base para a nossa conversa de hoje. Ele está no Bhagavad Gita. Krishna afirma: o verdadeiro sábio transita entre as coisas do mundo sem apegar-se a elas.
Vamos entender essa afirmação, pois servirá como guia para o assunto que vamos conversar hoje.
Quem é o verdadeiro sábio? O ser humanizado que vocês afirmam que alcançou a elevação espiritual, ou seja, aquele que consegue vivenciar a felicidade pura e eterna.
Sobre esse Krishna afirma que ele transita entre as coisas do mundo, ou seja, vive com tudo que existe no mundo material. Quando fala assim, o Bendito Senhor não se refere apenas aos objetos, mas também aos elementos da natureza, às pessoas e aos acontecimentos. Refere-se a esses elementos, pois eles formam a totalidade as coisas do mundo.
Voltando a afirmação de Krishna, podemos, então, entender que aquele que para o Bendito Senhor aquele que alcança a felicidade pura e eterna transita entre as coisas do mundo. Ele não está em outro mundo, mas continua convivendo com os objetos, as demais pessoas e os acontecimentos.
Na verdade, os dois existem no mesmo local. A diferença entre os dois é que o sábio transita entre as coisas sem estar apegado a elas e o não sábio está apegado.
Apesar de agora termos quase uma noção completa do ensinamento de Krishna para prosseguirmos no nosso assunto de hoje, para a perfeita compreensão do tema precisamos entender ainda uma coisa: o transitar. O que é transitar entre os elementos do mundo? É viver a vida humana. Viver a vida humana é transitar entre os objetos, as coisas da natureza, as demais pessoas e os acontecimentos desse mundo.
De posse dessas informações chegamos, então, à compreensão perfeita do ensinamento de Krishna. O Bendito Senhor afirma que o sábio vive com todas as coisas desse mundo, mas não se apega a nada que faça parte do mundo material.
Essa é a compreensão final desse ensinamento que norteará a nossa conversa de hoje: aquele que é feliz verdadeiramente vive a sua vida relacionando-se com tudo o que existe sem apegar-se às coisas deste mundo. É a partir dessa compreensão que vamos falar agora sobre como viver desapegadamente. Já abordei este assunto de outras formas, mas desta vez vou tentar ser definitivo nesta questão.
Eu fui morto na cruz com Cristo. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que agora eu vivo, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, quem amou e se deu a si mesmo por Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim. Não rejeito a graça de Deus. Pois, se é por meio da Lei que as pessoas são aceitas por Deus, então não adiantou nada Cristo morrer!
Veja bem: se uma pessoa for aceita por Deus simplesmente porque cumpriu a lei, porque fez tudo aquilo que é apontado como certo pela humanidade, então, posso afirmar que Cristo não foi aceito por Deus.
Mas será que isso quer dizer que Cristo ajuda o pecado a progredir? Claro que não! Se eu começo a construir de novo o que destruí, isso prova que estou quebrando a Lei. Portanto, quanto à Lei, estou morto pela própria Lei, a fim de viver para Deus.
Relembrando o que Paulo já havia nos ensinado, a lei é que cria o pecado. Mas, por lei não podem ser entendidos apenas os códigos doutrinários das religiões, mas todo dualismo com que vive o ser humanizado.
Nós somos judeus de nascimento e não pecadores como os não-judeus. Porém sabemos que todos são aceitos por Deus pela fé em Jesus Cristo e nunca por fazerem o que a Lei manda. Assim nós também temos crido em Cristo Jesus para sermos aceitos por Deus pela nossa fé em Cristo e não por fazer o que a Lei manda. Pois ninguém é aceito por Deus por fazer o que a Lei manda. Quando procuramos ser aceitos por meio de Cristo, fica claro que somos pecadores como os não-judeus.
Ninguém é aceito por Deus por fazer o que a lei manda!
Isso quer dizer que de nada adianta ir à missa todo domingo, ao centro espírita toda quarta feira, à macumba as sextas, se vai por obrigação, para cumprir um mandamento legal. Não adianta nada procurar sua elevação espiritual, se a está procurando por obrigação, para satisfazer uma lei.
Participante: então, o que vocês estão fazendo aqui?
Mostrando um caminho que você é livre para seguir ou não.
Participante: mas antes de mostrar esse caminho alguém julgou que nós não estávamos no caminho certo. Desta forma o senhor se contradiz, pois acabou de dizer que devemos deixar cada seguir o caminho que quiser. Explique-me isto, por favor.
É que para os seres humanizados se não é certo, é errado. Para nós não existe certo ou errado, mas um caminho que vai lhe manter na humanização e outro que levará à elevação espiritual. Isso não quer dizer que reconheçamos um como certo ou outro como errado.