Enviar texto por WhastappEnviar texto por Telegram“Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam. Pelo contrário, ajuntem riquezas no céu, onde as traças e a ferrugem não podem destruí-las, e os ladrões não podem arrombar e roubá-las. Pois onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de vocês.” (Mt. 6, 19 a 21) O que é a sua riqueza? Esse é o primeiro ponto que precisamos parar…
E agora? Vocês já sabem que são espíritos e que estão vivendo uma encarnação. E agora? O que vão fazer com essa informação? Acho que vão tentar viver como espíritos vivendo uma encarnação.
Para ajudar nisso pergunto: O que é uma encarnação? Para que que o Espírito encarna? Alguém sabe me dizer?
As ordens ou graus de perfeição dos Espíritos são em número determinado?
São ilimitadas em número, porque entre elas não há linhas de demarcação traçadas como barreiras, de sorte que as divisões podem ser multiplicadas ou restringidas livremente. Todavia, considerando-se os caracteres gerais do Espírito, elas podem reduzir-se a três principais. Na primeira colocar-se-ão os que atingiram a perfeição máxima: os puros Espíritos. Formam a segunda os que chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é o que neles predomina. Pertencerão à terceira os que ainda se acham na parte inferior da escala: os Espíritos imperfeitos. A ignorância, o desejo do mal e todas as paixões más que lhes retardam o progresso, eis o que os caracteriza.
Apesar da resposta ser longa e conter diversas classes de espíritos, o primeiro parágrafo já diz tudo o que precisamos saber: “São ilimitadas em número, porque entre elas não há linhas de demarcação traçadas como barreiras, de sorte que as divisões podem ser multiplicadas ou restringidas livremente”.
Veja: se o grau de evolução dos espíritos é ilimitado, podemos dizer que cada espírito está num grau de elevação. Mas, onde encontraríamos embasamento para dizer isso? Na verdade que diz que cada espírito é uma individualidade diferente dos outros. Se não existem dois espíritos iguais entre si, cada individualidade corresponde a um grau de elevação.
É claro que se quisermos podemos agrupar os espíritos dentro de qualquer grupamento. Podemos criar critérios que gerem grupos de espíritos dentro de nossa vontade, mas dentro de qualquer grupo que se crie, os espíritos não serão inteiramente iguais entre si.
É isso que o Espírito da Verdade está dizendo nesta resposta: podemos agrupar os espíritos do jeito que quisermos, mas eles sempre serão diferentes entre si. Por isso, a escala de elevação, por mais que sejam detalhados os critérios dos grupos criados, não condirá com a verdade.
Por isso peço a vocês: não levem em consideração o restante da resposta. Isso porque, se nos prendermos a essas classes que estão em O Livro dos Espíritos, podemos cometer sérias injustiças. Por quê? Porque vamos querer padronizar espíritos enquanto o que devemos compreender é que no mundo espiritual não há padrões.
Criando um grupo que afirme que existam espíritos brincalhões, por exemplo, vocês vão achar que o ser humanizado que conta piada é um espírito brincalhão e pode não ser. Dividindo a plêiade espiritual dentro dos grupos que estão aqui, criaremos um grupamento de espíritos mal. Com isso você vai achar que o ser humanizado que é reconhecido na carne como bandido é um espírito mal e pode não ser.
Sobre assunto, o que precisamos entender não são rótulos que podem ser dados a espíritos, mas que a escala espiritual é muito grande. Precisamos compreender que, na verdade, existe um grau de evolução para cada espírito e, se quisermos generalizar, se quisermos dividir espíritos em grupos, vamos cometer injustiças. Por isso é preferível ficar só com a informação de que existe uma escala espiritual, que essa escala espiritual é por ascensão moral e que ela é individualizada.
Saiba que cada espírito tem um grau de evolução: não existem dois espíritos com o mesmo grau de evolução. Se isso fosse possível, haveria duas individualidades iguais. Mas, isso é impossível no Universo.
Participante: meu amigo Kardec elencou por forma de elevação. Meu amigo Kardec atendeu a resposta de mais 50.00 mil espíritos. Se não fizermos da maneira que eles disseram, não se estuda espiritismo.
Você está certo: se não for feito da forma que Kardec fez não se estuda espiritismo. Mas, desculpe, eu não estou estudando espiritismo. Eu estou estudando O Livro dos Espíritos numa visão espiritualista, ecumênica e universalista.
Já na introdução deste livro falamos exatamente disso. Quando nela Kardec diz que o espiritismo se prende como uma das partes do espiritualismo nós dissemos que os ensinamentos dele não podem ser tratados isoladamente. É o próprio Kardec que diz que os ensinamentos de O Livro dos Espíritos se subordinam ao espiritualismo, pois são uma das partes deste.
Por isso disse lá e repito aqui: nós não estamos estudando o espiritismo, mas estudando espiritualismo usando para isso O Livro dos Espíritos. Justamente por isso precisamos não criar para nós esses padrões que existem no espiritismo. Digo ainda: é por isso que não vamos estudar a escala espiritual como proposta em O Livro dos Espíritos.
Como espiritualistas precisamos entender que o Universo é dinâmico. Esta escala foi muito importante naquela época, mas hoje as provas dos espíritos são outras e se você se prender a esta escala não vai conseguir evoluir dentro da visão espiritualista.
Participante: Kardec diz que apenas colocou um tijolo no edifício…
Perfeito: é exatamente isso. Kardec diz isso, mas o espiritismo não diz.
O espiritismo diz que a sua doutrina por si só, é o todo. Que ele não precisa dessa correlação com todos os ensinamentos de outros mestres.
É isso que digo sobre o assunto: Kardec foi bem claro afirmando que estava colocando apenas uma pedrinha, mas dessa pedrinha fizeram um altar e estão santificando a pedrinha ao invés de continuar a construir o prédio.
Mas, deixe-me completar a visão sobre escala espiritual. Quero falar agora de uma coisa que não está escrita aí, mas que criaram a partir deste ensinamento: a escala vertical, ou seja, um acima do outro.
Isso é impossível de existir. No Universo não existe ninguém acima do outro. O Universo é um todo, é formado pela junção de todos. Sendo assim, se um estiver acima do outro, se acaba com a igualdade que é necessária para existir um Todo.
Para compreender como é a escala espiritual vou fazer uma figura. Pegue uma caneta e um papel. Faça um risco na horizontal. Esta é a escala espiritual. Ela é horizontal e não vertical.
Agora no meio desta linha que riscaram, acima dela, coloquem Deus. Façam um ponto que esteja fora da linha, acima dela e chamem a este ponto de Deus.
Na escala espiritual Real, esta que vocês desenharam, quem está mais perto do meio da linha, está mais perto de Deus. Quem está mais à direita ou à esquerda, está mais longe de Deus. Mas, apesar disso, todos estão na mesma linha, ou seja, estão no mesmo patamar.
Esta escala é Real porque atende os ensinamentos dos mestres que dizem que não existe um superior a outro. Todos estão na mesma escala, na mesma linha, porque são filhos de Deus e, portanto, iguais entre si.
Todos os espíritos foram gerados idênticos pelo Pai, por isso não podem estar acima ou abaixo. O que se pode é estar mais perto ou mais afastado e nesta distância do Pai se encontra a diferença entre as individualidades.
Participante: por isso Kardec não fala em igualdade e sim afinidade moral.
Isso mesmo: a afinidade moral é a igualdade.
Participante: então todos têm a mesma moral?
Sim, todos têm a mesma moral. Podem não se guiar por ela, mas todos têm a mesma moral.
Foi o que já estudamos: todo espírito é puro, perfeito. Ele pode estar sujo, mas já tem dentro dele tudo o que pode ter. Sendo assim, ele tem a moral, pode não a usar, mas tem. Por isso eu coloquei na linha horizontal e não numa linha vertical.
Participante: o senhor pode repetir este ensinamento que diz que todos são iguais?
Sim. Eu disse que o espírito é luz e para compreender bem este ensinamento, o comparamos com uma lâmpada.
Ou seja, afirmei que todo espírito é uma lâmpada e que todas as lâmpadas ou espíritos do Universo têm a mesma voltagem e, por isso, o mesmo poder de brilhar. Só que algumas lâmpadas estão recobertas por uma camada opaca. Sendo assim, todas as lâmpadas brilham de forma idêntica, mas algumas não conseguem se irradiar tanto porque esta camada não permite que seu fulgor alcance o exterior.
Essa é a diferença entre os espíritos: todos são iguais, mas não conseguem vivenciar a igualdade porque estão sujos, estão presos ao individualismo, ao ego, as verdades individuais.
Participante: ou não recebem a mesma energia, assim brilham menos que as outras.
Impossível não receberem de forma igual. Se isso acontecesse, Deus não seria Deus. Não seria Justo e Amoroso, pois estaria dando diferente a cada um.
Saiba de uma coisa: o problema nunca está fora de nós; sempre é dentro. Deus dá a mesma energia ou o mesmo amor a todos os filhos. Agora, se você pega o amor de Deus e altera a polaridade desta energia, ou seja, se vira para o individualismo, usa o amor de Deus para amar a si acima de todas as coisas e acima do próximo.
Mas, esta alteração de polaridade não é Deus quem cria, mas você, espírito, que, usando o seu livre arbítrio, escolhe fazer.
Participante: mas, segundo o mesmo Livro dos Espíritos, Deus dá a cada um por suas obras. Aliás, quem falou isso foi Jesus.
Cada um recebe de Deus de acordo com as suas obras: perfeito. Isso é o carma, é a lei do carma, mas não o amor.
Os acontecimentos da vida são recebidos de Deus segundo as obras, segundo a capacidade de amar, mas o amor não. O Amor de Deus é infinito. Ele dá Amor para todos. Se não fosse assim, Deus poderia dizer assim: ‘Eu não gosto muito de você, não fui com a sua cara porque você está fazendo o que Eu não gosto. Por isso não vou lhe Amar’. Se fizesse isso, não seria mais Deus, pois teria perdido as características que já estudamos.
Este Deus que você quer acreditar que existe é um julgador enquanto que o Pai é a Fonte Luminosa do Amor. Por isso afirmo: Ele ama a todos igualmente. Aliás, isso Cristo também disse.
Participante: já ouvi você dizendo que os livros que falam de Jesus têm sua origem na Bíblia. Porém há um livro que afirma complementar as histórias de Jesus que não estão na Bíblia. Ele fala um pouco dos elementos do universo e diz ser psicografado por entidades superiores. Este livro se chama ’Livro de Urantia’. Será essa história de Jesus é verídica com as da Bíblia?
Não se preocupe com a história de Jesus. Preocupe-se com o ensinamento dele.
Nessa conversa de 2004 Joaquim de Aruanda afirma: nenhum livro pode trazer um conhecimento. O que traz o conhecimento é a compreensão do texto e isso não é o livro que dá, mas sim Deus. Por isso orienta o desapego aos livros e a ligação com o Pai.
Participante: poderia sintetizar o tema mata fechada, palestra dada tempos atrás, e dar alguns conselhos àqueles que estão perdidos na mata?
Mata fechada foi uma figura que criei para conversar com uma pessoa que disse que havia chegado a um ponto onde não encontrava mais respostas às suas perguntas, pois a conclusão levava sempre a novos questionamentos. Esse estado de espírito existe quando o cachorro começa a correr atrás do rabo, quando a resposta vira a próxima pergunta, quando na busca do conhecimento não há como se sair do mesmo lugar. Isso é a mata fechada.
Participante: então o único caminho para a elevação espiritual é doar a Deus os atos e as intenções e assistir a tudo sem julgamentos. O feito está feito, mas se nos incomoda começamos a refletir e talvez cheguemos a alguma conclusão. É assim?
Na verdade, o que deve servir para reflexão é o nosso incômodo e não no que foi falado pelo outro.
Participante: na nossa comunidade alguns estão discutindo sobre seus ensinamentos. Uns falam de um jeito e outros de outra forma. Percebo uma desarmonia neste aspecto. Sei que não há errados ou certos. Será que isso está perfeito?
Sim, está tudo perfeito, as palavras estão perfeitas. O problema é alguém acreditar no que está escrito ou em mim ou ainda querer entender o que digo.