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Participante: já ouvi você dizendo que os livros que falam de Jesus têm sua origem na Bíblia. Porém há um livro que afirma complementar as histórias de Jesus que não estão na Bíblia. Ele fala um pouco dos elementos do universo e diz ser psicografado por entidades superiores. Este livro se chama ’Livro de Urantia’. Será essa história de Jesus é verídica com as da Bíblia?

Não se preocupe com a história de Jesus. Preocupe-se com o ensinamento dele.

Querendo ler alguma coisa a mais do que está na Bíblia dos ensinamentos de Cristo, recomendo um livro chamado ‘Jesus no Lar’. Ele complementa os ensinamentos que estão na Bíblia.

A Bíblia fala das conversas de Jesus em público e esse livro, que é de Chico Xavier, traz as informações de Emanuel sobre o que o mestre falava aos apóstolos à noite, quando estavam recolhidos.

Esse livro não fala de história de Jesus, mas apenas de ensinamentos. Se quiser ler, indico.

Participante: estar no aqui e agora é um trabalho suficiente para o crescimento espiritual?

Impossível ficar sem pensamentos. Estar no aqui e agora consciente do que está sendo pensado, sem se prender ao que é dito pela formação mental sim, é o trabalho suficiente para o crescimento espiritual.

Não é não ter pensamentos, mas tê-los e não estar apegado a eles.

Participante: como abstrair os sentimentos dos atos realizados se só se faz alguma coisa porque se espera determinado resultado e é isso que move a sociedade como um todo?

Sim é isso que move a sociedade como um todo e essa forma de agir se chama humanidade.

A humanidade é o conjunto de seres que fazem as coisas esperando um resultado em troca. Isso se chama egoísmo e por isso é humano. Se você quer buscar se melhorar, crescer espiritualmente, precisa se libertar da humanidade. Se todos agem assim e continuam reencarnando, para sair da roda de encarnações é preciso agir diferente.

De nada adianta justificar a sua postura afirmando que a humanidade faz. Sim, ela faz, mas você se quiser participar da comunidade espiritual tem que se libertar disso.

Participante: no final dos tempos o universo se afunilará e restará um só. Esta é uma informação que li em um livro. Comente, por favor.

O universo é eterno. O que quer dizer isso? Que não tem fim. Se isso é real, não existirá um fim dos tempos.

O universo não acabará nunca. Aliás, nem a Terra.

Participante: nas sanghas se manifestam irmãos sem carne que sofrem muito. Existem humanos que sofrem tanto quanto os desencarnados que lá vão?

Sobre os irmãos desencarnados que aparecem nas sanghas preciso ter uma conversa específica sobre isso, pois estão tratando essa questão de cima para baixo, ou seja, estão os qualificando como sofredores, como espíritos que estão no umbral, mas não estão vendo que vocês um dia serão eles.

Participante: como assim?

Vocês vão para o umbral porque acreditam em verdades como eles acreditam.

Participante: porque o senhor está nos julgando?

Eu não os estou julgando. Estou dizendo que não devem se sentir superior a eles.

Quem se sente superior a eles, que acha que não tem nada a aprender com eles, que devem ensinar alguma coisa aos outros, vai para o mesmo lugar deles.

Participante: insisto: acho que o senhor está nos julgando previamente.

Não, não estou fazendo isso, pois não estou falando de todos, mas só daqueles que se portam dessa forma, seja numa sangha nossa como em qualquer centro onde há a presença de espíritos sofredores. Aliás, já falei sobre isso diversas vezes quando abordei o tema desobsessão. Disse que deviam ouvir o obsessor porque podem ensinar a como não ir para o umbral. Infelizmente muita gente não ouviu esta parte e continua a se portar da mesma forma. Por isso digo que estão caminhando para lá.

Vamos entender um pouco do assunto agora, mas de outro dia volto a ele com mais profundidade, está bem?

Por que um espírito vive um umbral? Porque não se desligou da materialidade. Vivem em afinidade num estado que vocês chamam de umbral todos aqueles espíritos que apesar de não mais possuírem um corpo carnal ainda estão ligados às ideias e emoções humanas. Exemplo: um espírito que ainda tenha raiva de um encarnado pelo que lhe fez durante a vida carnal.

Esse espírito está vivendo o estado mental de umbral porque ainda acredita na culpa daquele que aparentemente foi o instrumento de um momento onde a sua mente criou uma contrariedade. É por causa disso que continua nutrindo a raiva do outro.

Quando é levado num trabalho espiritual precisa ser orientado a abandonar o padrão mental e emocional que vive para poder sair do umbral. Isso vocês fazem, mas será que aproveitam o momento para perguntar porque se prendeu àquelas ideias? Acho que não.

Aproveitando esse momento ouviriam histórias que justificariam tudo o que ele está vivendo. Ouvindo essas histórias poderiam comparar com a sua forma de viver e descobririam que muito do que ouvissem também é vivido por vocês.

Quantos estão no umbral porque acreditam na história que viveram onde algum encarnado aparentemente foi instrumento de sua ruína material ou moral? Pois é, o que é o sentir-se mal porque alguém quer lhe dizer no que acreditar? Não é a mesma coisa?

Se a pessoa que me fez a pergunta sobre as pessoas que querem lhe enfiar goela abaixo as verdades tivesse a oportunidade de conversar com espíritos ditos sofredores, certamente ouviria histórias muito parecidas com a sua. Nesse caso poderia avaliar que se continuar com a mesma crença terá o mesmo fim.

É disso que estou falando. Vocês estão desperdiçando uma grande oportunidade para não viverem o mesmo estado mental de umbral que estes seres vivem. Se ao invés de se imaginarem os santos que estão ali para salvar aqueles espíritos se colocassem na posição de estudantes que estão tendo uma oportunidade de aprendizado, poderiam, então, compreender suas próprias fraquezas e com isso reformarem-se.

Aliás, o Espírito da Verdade dá um conselho muito parecido. Na pergunta 14 de O Livro dos Espíritos, o grupo de espíritos que escreveu este livro disse que mais importante do que conhecer as coisas do universo é conhecer suas próprias impurezas. Só conhecendo-as vocês podem agir sobre elas e com isso caminharem no sentido de aproximarem-se de Deus.

Portanto, no trabalho da sangha ou em qualquer lugar onde incorporem espíritos sofredores é preciso conversar com o obsessor e não querer ser o santo que o salvará. Aliás, por mais de uma vez ouvi o obsessor retrucar quando o orientador falava sobre perdão: ‘quem é você para falar isso’?

Quantos antes de irem para uma sessão de desobsessão criticam e acusam alguém? Depois, só porque estão numa sala onde aparecem irmãos que estão no umbral e está investido no papel de orientador quer dar conselhos aos que são classificados como espíritos maus. Isso é hipocrisia…

Será que vocês acham realmente que podem enganar alguém? Será que acham que só porque um ser humano os designou para exercer um papel possuem superioridade moral para isso?

Portanto, preocupem-se com vocês mesmos e para auxiliá-los nesta jornada usem os trabalhos de desobsessão que estão acontecendo nas sanghas para encontrarem subsídios para as suas reformas.

Participante: há uma pergunta que não cala: onde isso vai dar? Em um novo estado de consciência ou o que? Essa questão sempre surge e ainda estou preso a ela.

Se disser onde dará, será criada uma intenção, pois você irá querer chegar onde eu disser que vai dar.

Não, evolução espiritual é igual a história da corda: tem que largá-la sem saber se há chão ou não sob seus pés. É preciso saltar no escuro.

Participante: sua missão acaba mesmo no final deste ano? Não enrola na resposta.

Pergunte a pessoas que me acompanham há mais tempo. Faz mais de seis anos que a cada conversa estou me despedindo e até hoje não fui embora…

Apesar desta incerteza com relação ao final de minha missão, posso lhe garantir uma coisa: ela só vai acabar quando terminar. No momento que ela acabar, eu terei certeza que ela acabou…

Nem eu sei se ela acabará no final do ano.

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