Estamos estudando o Novo Testamento, ou seja, o novo acordo de Deus com os espíritos encarnados feito através de Cristo, o intermediário desse acordo. Ele contém uma série de orientações que, se seguidas, fazem o ser encarnado ganhar a bem aventurança, a felicidade que os santos sentem.

Estamos vendo primariamente o Evangelho de Mateus. Vamos continuar agora.

“Tenham o cuidado de não praticarem os seus deveres religiosos em público a fim de serem vistos pelos outros. Se vocês agirem assim, não receberão nenhuma recompensa do Pai de vocês, que está no céu.

Quando você der alguma coisa a uma pessoa necessitada, não fique contando o que fez, como os hipócritas fazem nas sinagogas e nas ruas. Eles fazem isso para serem elogiados pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando ajudar alguma pessoa necessitada, faça isso de tal modo que nem mesmo o seu amigo mais íntimo fique sabendo do que você fez. Isso deve ficar em segredo; e o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa.” (Mt. 6, 1 a 5)

A caridade não é algo que se faz em público, ou seja, não é para fazer na frente dos outros, não se deve ficar falando que fez. Segundo o acordo, o ser não deve ficar se auto elogiando como se fosse melhor do que os outros porque está fazendo a caridade. Esse é o primeiro aspecto.

Quer ajudar alguém, ajude. Você e a pessoa ficam sabendo o que aconteceu, se for preciso que ela saiba, já que as vezes nem para ela precisa contar. Quanto aos demais, para que saber?

Isso é simples de se extrair do ensinamento. Mas, há outras lições sobre a caridade. Vamos vê-la.

Tem um aspecto muito interessante nesse texto para quem busca a felicidade: “eu digo para vocês que isto é verdade. Aquele que faz propaganda da caridade que dá já recebeu o que tinha que receber.” O que quem faz a propaganda já recebeu? Reconhecimento, glória, fama. O que não receberá? A bem aventurança.

Dessa pequena parte do texto trazido por Cristo Então podemos ter consciência de uma coisa muito importante: a bem-aventurança não pode ser recebida ao mesmo tempo que a glória material. Quem recebe a glória material não recebe a bem-aventurança. Se o fizesse, Deus estaria dando dois prêmios para quem praticou um ato só.

Aquele que faz a caridade material e recebe em vida o reconhecimento não é candidato a receber a bem-aventurança. Por isso, é preciso que aquele que assina esse pacto com Deus tenha a consciência disto e que não cobre, não exija nada materialmente, não só pela caridade material, mas também por qualquer ajuda ao próximo moral, sentimental.

Quem ajuda o próximo não pode esperar reconhecimento. ‘Olha como aquele é um bom médium… Ele trabalha muito bem, que maravilha!’ Quem espera essa retribuição não receberá a bem aventurança como recompensa pelo seu trabalho. O reconhecimento pode acontecer no mundo material como carma, mas não pode ser desejado, esperado ou querido.

Essa consciência some no meio do assunto caridade no Sermão do Monte, mas está presente e é importante colocarmos: aquele que faz propaganda, deseja o reconhecimento por ter prestado a caridade, já recebeu o que tinha para receber. Por isso, não receberá a bem-aventurança.

Outro detalhe importante sobre o tema. Quando se fala em caridade, não devemos nos esquecer de algo que vai ser falado mais a frente: não é dar o peixe, mas a vara e ensinar a pescar.

Caridade é muito mais do que dar, suprir simplesmente necessidades. Já estudamos isso em O Livro dos Espíritos: caridade é benevolência, indulgência e perdão com o próximo. Mas, isso vamos ver mais tarde dento do nosso acordo.

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