A partir do que falamos agora, deixe-me colocar uma coisa complementando o que falei.

A mente dual, ou ego humano, trabalha sempre com a existência dos dois lados de uma moeda: ou cara ou coroa, ou par ou ímpar, ou certo ou errado, ou bonito ou feio. Ela não consegue trabalhar com a moeda em pé.

O que é a moeda em pé? É quando os dois lados existem ao mesmo tempo e se congraçam fundindo um ao outro, formando uma coisa só.

A mente humana não consegue isso, mas eu consigo. É por isso que para mim não existe nem bonito nem feio. As duas coisas existem para mim dentro de uma terceira coisa: o perfeito. Para mim não existe o ter que fazer ou o não ter que fazer. O ter e o não ter se fundem em outra coisa: se fizer, fez; se não fizer, não fez.

Esse é um problema muito sério que o ego humano não consegue captar no ensinamento dos mestres. Frente a esses ensinamentos, ele atua girando a moeda, ou seja, atua dando o valor oposto. Por exemplo. Se um ensinamento fala que não deve ter certo, vocês acham que tudo está errado.

A mente humana trabalha crendo que se algo não é certo, é errado, se não é bonito, é feio. Nem eu e nem nenhum mestre disse isso. Sempre que se diz que alguma coisa não é algo, não se quer dizer que seja o oposto.

Outro dia uma pessoa afirmou que eu digo que não se deve estudar. Nunca disse isso. Disse que o ser humanizado não deve se prender a ter que estudar, não pode achar que o estudo realiza. Se estudar, estudou, se não estudar, não estudou.

Esse é talvez um dos grandes problemas para se penetrar nos ensinamentos dos mestres. Quando eles falam, não há dualismo presente nas suas falas; só que quando um ego ouve, o dualismo está presente. Portanto, sempre que vier à sua mente a ideia de que Joaquim fala mal ou contra alguma coisa, pode ter certeza que é uma ilusão criada pela sua mente.

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