Participante: tenho um amigo que analisa tudo cientificamente. Se acontece um desastre, diz que foi natural e podemos entender cientificamente por que aconteceu e tentar solucionar. Nunca vi ele se lamentar ou se desequilibrar. Essa é a forma de um ateu desapegado manifestar o seu conselho de não vibrar no acerto nem se zangar no erro? Abandonar o que chamamos de nossa personalidade faz parte do abandono do ego?

Abandonar a personalidade faz parte do abandono do ego? Não. O ego é a personalidade. Por isso, abandonar a personalidade já é abandonar o ego, não faz parte.

Não existe uma personalidade e um ego que tenha personalidade. O ego é a personalidade. O ego é a personalidade, a mente, o pensamento. O ego é tudo.

O ego é a humanidade que você, espírito, está vivendo. Essa é a primeira resposta.

Já com relação à outra, deixe dizer uma coisa: toda unanimidade é burra. Sabe por quê? Porque não existe. Não existe unanimidade de nada. Aliás, não existe nem dois de nada. Cada um é um, é uma individualidade.

Estou lhe respondendo assim a respeito do que falou sobre o seu amigo cuja razão, não é ele, sempre aplica uma lei da natureza humana para justificar alguma coisa que aconteceu. Você fala que essa é a forma dos ateus, plural, mais de um, reagirem. Não sei se é. Se isso acontece com seu amigo, posso dizer que ele é assim, vive desse jeito. Agora, não posso falar a respeito de mais ninguém.

Não posso estabelecer uma lei, uma regra, uma metodologia para algum tipo de vivência da mente. Eu sei que essa é a dele; dos outros ateus? Não sei.

O que estou dizendo a você é que referente ao seu amigo, pode dizer qualquer coisa. Agora, extrapolar para uma classe, dizer que um ateu vive desse jeito, não.

É isso que precisamos entender. Não se pode viver no plural, pois não existem duas pessoas iguais. Por isso, posso falar a respeito de uma pessoa, mas não generalizar.

Esse é o trabalho que faz aquilo que conversamos: leva a viver livre das emoções positivas ou negativas. Faz viver na equanimidade. Louvado seja Deus. Quem evita de generalizar alcança a paz, mas quem fica trabalhando no coletivo não alcança. Por isso perde a equanimidade.

Resumindo, então, sobre uma pessoa podemos falar, mas nunca podemos aplicar o mesmo conceito, a mesma ideia, para grupos. Por quê? Porque dentro do grupo, por exemplo dos ateus, existem diversos que vivem de forma diferente. Aliás, pode ter muitos ateus que nem conhecem as leis da natureza para poder justificar.

Deixe aproveitar. É muito difícil quando tentamos criar um padrão para algumas coisas e tentamos aplicar essa forma de proceder a um grupo. Saiba que não existe grupo que faz alguma coisa. O que acontece é que cada um, cada membro, faz diferente, pois vive aquela situação com uma intensidade diferente. Por isso digo que fazem diferente.

É preciso nesse trabalho, no trabalho de buscar a convivência harmônica com o mundo, tratar cada um por si. Não dá para vir com regras pontas e aplicar a determinadas razões, determinadas situações referentes ao grupo como um todo.

Isso é aplicar um ismo. Cada regra desta é um ismo.

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