Harmonia é a palavra, porque só com ela, só quem está em harmonia com a vida, consegue ser feliz, não ter preocupação. Consegue não ter problemas, viver tranquilo, dançando o tempo inteiro.

Vocês falam muito em qualidade de vida. Para ter isso buscam exercícios físicos, alimento especial. Imaginam que para isso precisam ganhar sempre, ter o prazer, ou seja, ter o que quer, o que gosta.

É sobre isso que precisamos conversar. É essa a continuação do estudo Aprendendo a amar.

Essas conversas falam sobre amar, porque amar é viver em paz consigo e com todos. Ninguém consegue viver em paz, feliz, se não estiver amando o outro.

Esse amor tem um detalhe que vocês não compreendem: só se ama sem saber que está amando. Ele não existe através de um raciocínio.

Quando pensamos no outro, quando falamos do outro, precisamos entender uma coisa ou lembrar de uma coisa que Paulo ensina: a lei gera o pecado.

É isso…

Sabe quando o outro é burro? Quando você diz que ele é. Sabe quando o outro é chato? Quando você diz que é. Sabe quando o outro é errado? Quando você diz que ele está errado.

Não existe o errado. O erro só existe quando você sabe o certo, o bobo quando você sabe o que é ser esperto, quem é esperto, como é ser um esperto.

Essa é uma coisa que temos que trabalhar nas razões para nos livrarmos dos ismos.

Uma das coisas que a razão humana apela para poder querer impor ao outro o que deve ser feito: a questão da justiça. ‘é justo eu ganhar, é justo eu ter a vontade, a verdade, é justo isso, é justo aquilo’. Mas, quando alguma coisa começa a ser justa? Quando você determina o que é justo e o que não é. Até você aprender o que é justo, não existe justiça ou injustiça. Tudo é neutro, sem valor.

Falei agora sobre justiça porque vou começar nosso trabalho pelo primeiro tema, que será a justiça. Esse é o primeiro tema.

Sobre ela digo: a justiça não existe. É um ismo que o ego usa para ativar o seu egoísmo para que você aceite aa desarmonia que ele propõe. Quando acredita em alguma verdade sobre o que é justo ou injusto, vive como real, como obrigações e necessidades, acabou de criar o critério de justiça.

Definindo, então, o que é justo, digo que é tudo que acontece de acordo com o que você acha obrigatório ou necessário acontecer. Injusto? O contrário…

Então foi você que criou o justo. Ele não existe fora da sua razão. Por isso a prisão a esses critérios leva a não viver em paz, nem consigo mesmo nem com outro. Esse raciocínio vale para tudo, para todos os critérios que usa em todos os momentos da vida, para todas as narrativas da razão.

Acho que ficou bem claro o conhecimento básico da vida. A vida humana é formada por declarações racionais que geram a ideia ilusória de haver um mundo externo, um mundo funcionando externamente. Essas razões são neutras. Elas simplesmente criam uma imagem, como um programa do computador.

Antes de gerar as imagens a razão deu a cada ser os seus ismos, ou seja, aquilo que para ele é obrigatório e necessário, relativos a cada verdade que é usada na descrição.

Esses ismos têm a capacidade de ativar o egoísmo do ser. Usa essa capacidade para defender as obrigações e necessidades. Para vibrar quando o ismo é atendido ou lamentar quando não.

Acho que agora até fica mais fácil, mais claro para vocês entenderem o que eu quero de vocês durante nosso trabalho. Assim como hoje falei de justiça, quero que vocês citem situações onde, a partir do que falamos, possamos analisar a ação do ismo. ‘O que é viver em família, o que é ter casa própria, o que é ter uma doença’? É isso que eu quero que vocês, se puderem, mandem para aos poucos ir analisando as criações e os ismos que são gerados.

Para que queremos isso? Para juntos destruirmos os ismos.

Acabei de dar uma chave para vocês se libertarem do ismo que cria a ideia de haver justiça ou injustiça. Que chave é essa? A consciência de que cada um recebe aquilo que precisa.

Sei que pensam que cada um recebe o que merece, mas esqueça isso. A ideia de merecer já é um julgamento da razão usando seus ismos. Ninguém recebe o que merece, recebe o que precisa. Se você não acredita em Deus, a chave muda: cada um recebe aquilo que recebe.

Veja. Se você tem alguma coisa e acha, isso é um ismo, insuficiente e por isso quer correr atrás do que acha que deveria ter, busque. Só não fique cobrando do mundo que merecia ter, que é injusto não ter. Isso porque essa cobrança faz sofrer e não garante que o vá conseguir ter.

Do jeito que estamos parece que estou dizendo para usar uma razão para combater a razão. Não, estou falando de emoção. Como disse, eu estou falando de Inteligência Emocional.

O inteligente emocional é aquele que diz: ‘vou dar uma orientação para aquele, se não aceitar, não estou nem aí. Não vou perder a minha paz interior sofrendo porque ele não quer me ouvir. O problema é dele.’

Esse é um inteligente emocional: aquele que não se compromete uma emoção que faça mal a si

Claro que precisamos falar usando a razão, usando pensamentos, ideias. Por quê? Porque você não sabe falar emocionalmente. Só que no fundo, no fundo, estamos falando de emoção.

Aquele que não aceita a emoção de haver injustiça tem paz. Aquele que deixa seu íntimo se levar pela dor de sofrer uma justiça ou pela satisfação de ter alcançado a justiça, perde a paz das duas vezes, tanto quando ganha quanto quando pede.

É isso, portanto, que vamos fazer. Vamos estudar declarações sobre diversos aspectos da vida humana e a partir do que estamos falando vamos estudar a reforma da emoção gerada pela razão.

Essa reforma da emoção terá que ser explicada através de razões, não tem jeito. Agora, sempre que estivermos explicando com o uso da razão estamos falando de libertação de determinadas emoções para que você consiga viver em paz e feliz durante essa encarnação.

Está certo?

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