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Apesar de falar assim, deixem-me deixar algo bem claro: não estou brigando com ninguém, não estou dando nenhuma bronca. O que estou fazendo é chamar a atenção para um aspecto da prática dos ensinamentos. Na verdade, não poderia esperar de seres humanos nada diferente do que aconteceu.

É impossível para um ser humano seguir plenamente os ensinamentos dos mestres porque não possuem vida, não vivem. Vou explicar melhor o que estou dizendo.

Vocês vivem um tipo de vida que chamo de pessoal.

Vida pessoal existe quando há uma personalidade, não importando o nome que se dê (espírito, alma, ser universal, etc.) que se relaciona com outras personalidades. Essa relação é feita por acontecimentos. Então, o que chamam de vida nada mais é do que uma soma de acontecimentos.

Não conhecem o que é vida, pois para vocês viver é o somatório de acontecimentos que ocorre externamente. Vida não é isso.

Na verdade, a vida ocorre enquanto você vive acontecimentos. Vida é um elemento do universo e não uma soma de acontecimentos.

Justamente por não viverem vida, mas sim a soma dos acontecimentos é que acreditam na morte. O que é morte, para vocês, senão parar de participar de acontecimentos?

Vocês mesmo dizem que se morre aqui e se nasce lá, ou seja, acham que não vivem mais aqui e passam a viver lá. Com isso querem dizer que não participam mais de acontecimentos aqui, mas estarão participando de acontecimentos lá.

Quando se vive assim, quando se vive uma vida pessoal onde há a existência de um eu praticando e participando de acontecimentos, o que vocês têm como verdades na memória sempre age criando situações. É por isso que imaginam ter a liberdade irrestrita: a mente, a criadora dos acontecimentos, procura sempre primeiro a liberdade da sua personalidade e só depois pensa na dos outros.

Isso é natural, normal, de quem se vê sendo um participante, um agente ou receptor de acontecimentos. Não há um ser humano que não pense de uma forma egoísta. Mesmo aqueles que vocês dizem que pensam mais nos outros do que em si mesmos, só pensam assim porque acham que isso é certo. Portanto, estão pensando em si, estão baseados em si mesmos, vivem desse jeito porque acham que aquela forma de agir é a certa.

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