Participante: então, a razão só serve para ser negada?

Não.

A razão tem outro nome: diabo. Ela é a tentadora do ser humanizado.

Em O Livro dos Espíritos se diz assim: o espírito possui o livre arbítrio de optar entre o bem e o mal. Nesse caso, o bem é Deus, o mal é a razão. Você, o espírito encarnado, escolhe se quer seguir a razão ou Deus.

Participante: o senhor fala isso por causa do egoísmo…

Não. Você pode ser egoísta e optar por Deus egoisticamente. Como? ‘Eu não vou dar razão a essa razão para não sofrer’. Pensou só em você, pensou em ganhar, egoísmo, mas buscou a paz e a harmonia. Nesse caso optou por Deus.

Saiba que a opção por Deus existe quando se faz qualquer coisa para viver em paz e harmonia com a sua vida. 

Participante: eu fico meio confuso com a razão como instrumento das provas e como fonte para tomada de decisões, como fonte da sabedoria.  Quando o senhor nos fala em estar atento à razão, declaro que não consigo mais diferenciar essas coisas. Entendo que uma das coisas que precisamos desenvolver é a sabedoria, não é?

Sim, uma das coisas que você precisa desenvolver é a sabedoria. Mas, pergunto: o que é sabedoria? Conhecimento na prática…

Vocês confundem sabedoria com estante de livros: um lugar com um monte de informações. Mas, o que adianta ter uma estante gigante parada, encostada na parede, apenas juntando poeira?

Ter conhecimento não é determina que se torne sábio. A sabedoria é o conhecimento em ação.  Por isso o sábio não é aquele que sabe, mas quem põe em prática as informações que possui.

Vamos mais adiante: pondo em prática o que sua mente fala a que resultado chega? Apesar do silêncio acho que todos sabem a resposta, não? Quantas vezes já quebraram a cara por seguir a razão?

Seguem a razão e acaba tudo dando errado, acaba perdendo. Quando isso acontece o que a mente cria? Um culpado pelo resultado. Esse culpado, para a razão, pode ser você ou o outro, mas sempre haverá alguém culpado por não ter alcançado o que pretendia: ‘só não fui promovido porque aquele é peixinho do chefe’.  

Voltando então a sua questão – a finalidade da existência da razão – diria que ela existe como prova. Aliás, essa é a informação de todos os mestres. Todos eles dizem: não confie na razão.

Mas, ela também é fonte da sabedoria, pois é através da prática dos ensinamentos que compreendemos que se deixar guiar pela razão é viver em uma gangorra: um dia tem prazer e em outro sofrimento. Agora, se fosse ter dor em um dia e no seguinte prazer ainda estava bom, não é mesmo? O problema é que, como nos ensina a prática, para cada momento de prazer há vários de sofrimento.

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