Participante: eu era Kardecista antes de acompanhar seus ensinamentos. Naquele tempo tinha muito claro a realidade da frase que está atrás do senhor: sou um espírito que possui um humano e não um humano que possui um espírito. Hoje, depois de lhe ouvir muito, não tenho mais a mesma clareza que tinha. Pode falar a respeito disso?

Porque até então tinha como clara essa questão? Porque achava que sabia como um espírito existe.

Participante: sabia, entre aspas.

Não, naquele tempo você tinha certeza, sabia que sabia.

Isso não é exclusividade sua. O Kardecista, de um modo geral, acredita que sabe como espírito vive. O que eles pensam sobre isso? Que o espírito no mundo espiritual vive como um humano vive no mundo material.

O que aconteceu é que os kardecistas, ao invés de buscarem transformar o mundo humano para que se adequasse ao espiritual, criaram a ideia de um mundo espiritual que fosse um espelho do que existe aqui. O que é certo na Terra, para o espírita deve ser no espiritual; o que é bonito aqui, também é lá.

Aliás, não sei se já percebeu, mas na literatura kardecista quando algum espírito evoluído morre, vai para um jardim. Os evoluídos também vão para as colônias espirituais. Como isso pode ser real se, segundo Buda, o mundo espiritual não possui forma? Como o lugar que não onde não existe forma, pode haver uma violeta na janela?

Com certeza você já viu uma planta, não? O que ela precisa para estar viva? Oxigênio. Como as plantas dos jardins espirituais podem sobreviver se lá não há esse gás?

Outro detalhe: as colônias espirituais e o umbral. Enquanto Kardecista com certeza convivia diariamente com a existência desses dois lugares no mundo espiritual. Depois ouviu de mim, e acreditou, a informação de O Livro dos Espíritos: no mundo universal não existem espaços circunspectos; os espíritos se unem por afinidade.

É isso que mudou dentro de você. Enquanto estava apenas no Espiritismo humanizado achava que conhecia o mundo espiritual. Depois que começou a nos ouvir e sentiu a diferença entre o que ensina o Espírito da Verdade e o que a doutrina espírita ensina, não consegue mais ter certeza das coisas.

Só um detalhe: com minha fala não estou criticando os adeptos dessa doutrina. Ter essas crenças é normal e natural dos Kardecistas. Quem são os kardecistas hoje? Aqueles que pediram, antes da encarnação, como gênero de provas, para serem kardecistas. Portanto, ter essa crença não torna ninguém errado. Ela é parte da prova daqueles que acreditam nelas.

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