Áudio

Pergunta: muitas pessoas espiritualistas que dizem estar na busca espiritual, na caminhada, fumam, bebem, usam droga. O que que isso atrapalha nessa caminhada?

Quanto atrapalha na caminhada fumar, beber, usar droga? Nada.

Porque não me pergunta o quanto atrapalha na caminhada desejar a mulher do próximo? Espiritualmente é a mesma coisa de fumar, beber, usar droga. Não pergunta isso porque está preocupado em criticar os outros.

Lembre-se de Cristo: o problema não é o que entra ou sai pela boca, mas o que sai do coração. Aliás, um monge budista dizia que o professor dele ensinava que não pode fumar fumando.

O problema não é o que você usa, mas o vício.

Por que o vício é um problema? Porque gera dependência. Quando se torna dependente de alguma coisa, vai se entregar a realização. Vai sentir-se realizado por conseguir aquilo que é dependente.

O vício é o problema. Então, usar qualquer coisa não é problema, mas ser viciado, dependente.

Quando se é dependente não importa do que se é. Não faz diferença ser dependente do cigarro como do não cigarro, do não fumar. É a mesma dependência.

Participante: outra coisa sobre esse assunto. Há certos centros espíritas onde o adepto do fumo é impedido de aplicar o passe. O que você fala a respeito disso?

Falo o que Cristo falou: atire a primeira pedra aquele que não tem pecado.

Quem criou essa lei também não devia aplicar o passe. Por quê? Porque ele tem telhado de vidro, pois acabou de julgar. Julgou que quem fuma não pode dar passe.

Veja, depois de tudo que aconteceu na Bíblia, todos os ensinamentos que Cristo passou, houve a crucificação. Jesus morreu, Cristo voltou para onde nunca saiu, apareceu para os apóstolos e marcou uma reunião na casa da Maria Magdalena. Nessa reunião, a última coisa que o mestre disse foi: ide e levai a minha mensagem ao mundo, mas não juntai àquilo que passei nenhuma outra lei. Quem criou a lei de que quem fuma não pode dar passe acabou de juntar.

Se fumar fosse contra a busca da elevação ou contra o renascimento, Cristo diria não fume, porque ele falou tudo o que precisa para ser bem aventurado.

Participante: consumo da carne é a mesma coisa?

Mesmíssima. Por quê? Porque tudo depende do que vem do coração. Se come a carne com o coração puro, não tem problema. Se não come a carne com o coração cheio de orgulho por não comer, tem problema.

Participante: há certas palestras que ouvi onde se fala que as pessoas viciadas em álcool, fumo, coisas assim, são altos suicidas. O que o senhor acha? Outra coisa: até que ponto espíritos influenciam a gente ao vício para eles partilharem conosco da bebida, do cigarro?

Primeira pergunta, Ser um suicida é uma verdade criada por alguém que é viciado em não quer que se fume. Porque digo isso? Porque nem todo fumante morre do fumo.

 Participante: pode ser que o alto suicida pode estar também do outro lado, né?

Mas, não é o que ele quer dizer.

Para muitos a verdade é que a pessoa fuma para morrer. Isso é falso, não existe.

Deixe-me falar algo sobre esses preconceitos.

Houve um encontro nosso que aconteceu em um hotel no meio do mato. Só tinha o nosso grupo. Na noite anterior de nossa conversa aconteceu uma festa e as pessoas levaram e beberam cervejas.

No dia seguinte, durante a palestra, alguns continuaram bebendo. Uma das pessoas bebeu demais e começou a, vamos dizer assim, a agir de uma tal forma que levou os outros a se sentirem atrapalhados.

Por esse motivo criticaram. ‘Ele está bebendo dentro da palestra espiritual. Não deveria se beber num ambiente dito religioso’. No fim dessa conversa deixei uma pergunta para responder no dia seguinte: ‘quem autorizou beber aqui dentro’? Frente ao meu questionamento as pessoas ficaram com medo e cada um disse. ‘não fui eu’.

No dia seguinte respondi a minha própria pergunta: ‘quem autorizou as pessoas a beberem aqui dentro foi quem bebeu’. Quem queria beber se autorizou a fazer isso.

 Tudo é assim. Você autoriza aquilo que gosta, aquilo que quer. Tratando o que gosta e quer de uma forma absoluta, ou seja, todos têm que seguir, é o certo, você é um homem velho, um espírito humanizado. Então, a verdade que diz que quem bebe ou fuma vai morrer por causa disso está apenas espelhando a ideia de alguém que não fuma e não bebe.

Volto a repetir: se beber fosse errado, Cristo não transformaria água em vinho. Então, não há nada contra beber, nada contra fumar na Bíblia. Há, sim, contra o comprometimento do coração.

O coração se compromete com o vício, não com o cigarro. Se compromete como vício em bebida, mas também com o vício em querer que não se beba. Como o vício é uma dependência, o viciado em não beber vai cobrar que o outro não beba.

Espiritualmente falando, beber ou não, fumar ou não, são apenas particularidades de cada um para ver se vai viver de uma forma absolutista ou relativista. É um elemento da vida, da prova do espírito, mais nada que isso.

Vamos a segunda pergunta que você me fez: existem espíritos que fazem você beber porque eles querem beber? Espíritos que induzem você a beber?

Se isso acontecesse, você não teria um Senhor no Universo. Teria um mero chefe que não manda em porcaria nenhuma. Isso porque nessa hipótese cada espírito faria o que quer, trataria o outro do jeito que quer. Haveria um deus punitivo que ficaria de olho nos filhos dizendo erra, erra, erra para poder castigar. Esse não é o Deus que conheço.

Não estou dizendo que não há espírito que induz você a beber, mas age por missão que recebem do Senhor do Universo. Se o Senhor gerou isso, é prova, para quem está bebendo e para quem vive com quem bebe.

Saiba de uma coisa: existem muitos encarnados bebuns que conhece não precisam da bebida, materialmente ou espiritualmente. Bebem para ver como a mulher e os filhos vão reagir.

André Luiz conta a seguinte história. Tinha uma família espírita muito pobre. Apesar disso, o marido antes de morrer disse para a mulher: ‘nós só temos essa casa. Mas, quero que quando eu morrer você a transforme em um centro espírita. Você e as crianças vivem só no quartinho dos fundos e transforme essa casa em um centro espírita’.

Com esse pedido a família perdeu a única fonte de renda que teriam, pois pretendiam alugar a casa e ganhar dinheiro. Por isso a mulher, a filha e o filho passavam fome.

A filha e a mulher eram, não vou falar, resignadas, mas diziam: ‘meu pai pediu para ser um centro espírita, então vou fazer o que ele falou’.  Já o filho era revo0ltado. Brigava o tempo inteiro com a mãe e com a irmã, dizia que tinha que expulsar o centro dali e alugar a casa para poderem ter dinheiro.

Aí André Luiz mostra detalhes da história. A filha e a mãe são espíritos missionários que estão ali para o filho superar a revolta pela busca do bem material.

Quando se trata de julgar atos temos que entender que existem muitos espíritos que vêm para cá e passam situações que vocês criticam, que aceitam viver determinada vida, para ver se outros aproveitam a oportunidade para renascer ou se vão continuar presos no absolutismo, no julgar e criticar.

Respondendo, então, digo que sim, há espíritos que induzem o outro a beber, se isso estiver previsto para aquele que foi induzido. Se não estiver previsto acontecer, ninguém poderá induzir o outro a nada.

Participante: e se for o contrário, eu atraio.

Não, você não atrai nada, Deus manda acontecer o que tem que acontecer.

Você não atrai, ninguém vem por nada. Deus coloca os outros perto de você.

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