Participante: na verdade a felicidade que conhecemos é somente a satisfação do nosso prazer …

Deixe-me colocar um pouco melhor. A felicidade que você conhece é a satisfação de ver seu desejo realizado. Desejo esse que é fruto de uma paixão. Vou dar um exemplo para compreender melhor o que estou afirmando.

Você possui uma paixão: que o seu marido, em determinada circunstância, aja de uma forma específica. Guardar a roupa que tira, por exemplo. Isto é uma paixão.

Aí ele age assim e você é afirma que está feliz, mas não vê que ela é condicionada, ou seja, ocorreu por causa da ação do marido. Ou seja, você tem uma paixão e passa a desejar que ele seja assim e a felicidade acontece porque o que você queria aconteceu. .

Neste momento você diz que está feliz, mas eu digo que está satisfeita apenas. Isso porque o seu desejo oriundo de uma paixão foi satisfeito.

Imagine agora o contrário: seu marido não age da forma que você queria, ou seja, não guarda a roupa quando a tira. Neste momento você sofre…

A felicidade que estamos falando, a universal, que encontra respaldo nas bem-aventuranças, está acima disso. O estado de espírito feliz existirá se o seu marido guardar ou não a roupa, se fizer ou não o que deseja que seja feito.

Esta é a verdadeira felicidade, porque ela não se altera jamais. Ela não está sujeita à dependência de acontecimentos, mas existe por si só sempre.

O que estou falando é um ensinamento budista. Sidarta Gautama ensina: você precisa se libertar da prisão aos desejos e paixões que condicionam a sua felicidade para alcançar a iluminação. 

Compartilhar