Agora, por que conseguimos chegar a essa conclusão? Por que fomos conhecer vícios? Por que fomos conhecer palavras. Se não tivéssemos conhecido o significado das palavras bem, mal e vício, não teríamos alcançado o que o Espírito da Verdade quis dizer. Se aplicássemos a essas palavras os valores que estamos acostumados a aplicar no dia a dia humano, certamente chegaríamos a uma verdade completamente diferente da que chegamos.  

Já me disseram: ‘isso é mais uma interpretação, quem disse que o senhor está com a razão? Quem disse que a versão certa é a do senhor’?

Sabe porque considero a minha visão a certa? Porque não me preocupo com o que eu acho ou com o que ensinaram a vocês. O que busco saber e transmitir é o que o Mestre queria dizer. É isso que é importante na hora do estudo.

Outro dia me disseram: ‘mas Joaquim, já cansei de ler esse livro e nunca alcancei a compreensão como você fala. Porque’? Respondi: Porque você nunca leu com a cabeça de quem escreveu. Sempre leu com a sua.

Você tem que ser íntimo de Kardec se quiser entender O Livro dos Espíritos. Se não quiser entender, seja íntimo da doutrina Espírita, que é completamente diferente do que Kardec falou, como temos visto ao longo desse estudo.

Já conversamos muito sobre isso. Aqui, lendo O Livro dos Espíritos já descobrimos, por exemplo, que a vida  está predestinada. Descobrimos isso em diversos momentos, mas especialmente quando Kardec fala: a doutrina que fala da predestinação da vida. Lendo esse mesmo texto, apesar da sua clareza, a doutrina Espírita não entendeu como nós.

Por isso estou dizendo que é preciso pensar com a cabeça de Kardec, ser íntimo dele, para poder entender o que o Codificador escreveu. Para isso é preciso sair do século XXI e ir para o século XlX.

É preciso pensar como aqueles que conviviam com lampião a gás, carruagem e não pensar com a cabeça de quem tem geladeira, televisão, tem internet. Quem vive no mundo de hoje nunca vai entender quem viveu em um mundo diferente. Se Kardec viesse hoje, assim como qualquer um, estaria completamente perdido.

Queremos ler livros de sete, cinco mil anos, como a Bíblia e os sutras budistas ou os escritos de cem anos atrás com a cabeça de hoje, com o que acreditamos hoje. Impossível! Tudo hoje é diferente do século passado, inclusive em comportamento, pois a moral daquele tempo era muito diferente da de hoje.

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