Fazem tudo para serem vistos. Vejam como são grandes os trechos das Escrituras Sagradas que eles copiam e amarram na testa e nos braços!

Os sacerdotes, “professores da Lei”, no tempo do Cristo, tinham por hábito copiar pedaços dos textos sagrados em pergaminhos e prender nas roupas. Com este gesto afirmavam que possuíam o conhecimento daquele trecho. Isso é tradição até hoje: os judeus ainda enterram na porta da casa um pedaço da Tora.

Hoje não existe mais esse hábito entre os “professores da lei” religiosos, mas o ensinamento do Cristo tem que ser universal: valer para todos os tempos. Portanto, vamos buscar a compreensão dele para os tempos atuais.

Os “professores da lei” de hoje não mais amarram nas suas vestes os textos bíblicos, ou os textos das leis, mas ainda mostra o quanto sabem citando-os constantemente. O ensinamento de Cristo ainda está vivo, porque o “professor da lei” de hoje ainda quer mostrar o quanto sabe citando a lei. O “professor da lei” de hoje é aquele que gosta de discursar para mostrar o quanto ele sabe.

Não se trata de agir dessa forma para auxiliar o outro, mas para ser visto, para ser reparado. O “professor da lei” cita os textos sagrados não para transmitir ensinamentos, para conversar, para trocar ideias: essa não é a sua postura. Age dessa forma para mostrar que ele sabe aquilo e os outros têm que ouvi-lo e aceitar a tudo o que ele diz como “verdade”.

É a questão da cultura: o professor da lei se imagina o culto, sabe tudo. Ele é, em sentido figurado, uma estante: cheia de livros (ensinamentos) na cabeça. Cita todos eles de ponta a ponta, mas age desta forma para ganhar a fama. Não faz isso com a intenção de ajudar, mas sim para demonstrar o quanto ele é sábio, o quanto sabe.

Com este modo de proceder cria para si uma falsa ascensão moral que tem como objetivo dar legitimidade nas obrigações que coloca nos outros. Neste modo de proceder está o ensinamento de Cristo quando fala que coloca tabuletas na sua roupa com os textos das Escrituras Sagradas, seja de que religião for.

O “professor da lei” não cita o texto sagrado apenas para mostrar o quanto é sábio, culto, mas serve-se desse expediente principalmente ter a legitimidade para mostrar o “erro” dos outros a respeito da lei que ele é sábio. É alguém que deve ser ouvido, pois o texto das Escrituras Sagradas é universal, mas não seguido no destino que dá ao seu conhecimento.

É alguém que têm coisas que você precisa aprender, mas não se transformar em discípulo, ou seja, aceitar a sua falsa ascensão. Se isso acontecer, lhe amarrará um fardo pesado e não ajudará a carregá-lo nem com um dedo.

E no caso do ser humanizado, quem podemos afirmar que é aquele que amarra na sua roupa pedaços da lei? É todo aquele que diz: “eu sei a verdade, você não sabe nada”.

Aquele que diz que sabe, por exemplo, o lugar do copo, o que é uma casa arrumada e que diz para o outro que ele não conhece as coisas é o “professor da lei” ser humano. Ao agir dentro desse padrão de realidade automaticamente cria obrigações nos outros porque quer mostrar o quanto sabe, o quanto é importante.

Se não for ele jamais a casa estará arrumada, o copo estará no lugar, ninguém estará “bem vestido”. É isto que Cristo está nos ensinando e a partir da compreensão do ensinamento, podemos verificar o que devemos fazer para chegar a Deus: parar de dizer que sabe o lugar “certo” das coisas, o que tem que ser feito, como se guardam as coisas, etc.

Agindo assim o ser humanizado não se transformará em um “professor da lei” e não gerará obrigações.

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