Como é que as dores inconsoláveis dos que sobrevivem se refletem nos Espíritos que as causam?
O Espírito é sensível à lembrança e às saudades dos que lhe eram caros na Terra; mas, uma dor incessante e desarrazoada o toca penosamente, porque, nessa dor excessiva, ele vê falta de fé no futuro e de confiança em Deus e, por conseguinte, um obstáculo ao adiantamento dos que o choram e talvez à sua reunião com estes.

“O Espírito é sensível à lembrança e às saudades dos que lhe eram caros na Terra”. O que quer dizer isso?


Participante: não é porque o espírito desencarnou que sabe tudo, que virou santo. Leva ainda esses sentimentos de saudade etc.


Essas possessividades.
Quando você, vamos dizer assim, dá asas às possessividades, auxilia o espírito desencarnado a também sofrer. Então, a posse chorosa, a lembrança chorosa, a saudade chorosa do ser encarnado facilita para que o desencarnado que ainda não está liberto também sofra. Esse é o primeiro detalhe.
Mas, há espíritos desencarnados que, vamos dizer assim, já estão libertos. A esses o seu individualismo, a sua saudade, a sua possessividade não tocará.
Só que esses também sofrem. Porquê? Está no texto do Espírito da Verdade:

Ele vê falta de fé no futuro e de confiança em Deus e, por conseguinte, um obstáculo ao adiantamento dos que o choram.

Se o espírito não está liberto, sofre porque você sofre; se está, sofre porque vê o quanto você é possessivo, o quanto não está praticando a lei de Deus.
Portanto, em momento algum, em caso algum, o sofrimento por alguém que se foi é valido, contribui de alguma forma para quem fica como para quem foi. Nada, seu sofrimento não contribui em nada para quem foi, não importando o grau de elevação dele.


Participante: quando não me lembro dos desencarnados, mas só dos sentimentos e não das formas que eles tinham, estou me comunicando com esses espíritos? Acrescentando: me lembro deles com amor e carinho.


Você lembra do que? Diz pra mim: o que lembra desses espíritos? Você disse que não lembra da forma; então do que lembra?


Participante: me lembro das emoções vividas.


Das emoções vividas com seu pai? Lembrou de uma forma. Das emoções vividas com um nome? Lembrou de uma forma.
Aí está o problema. Vamos dizer que seu avô se chamava José. Você diz que não lembra mais do seu avô, mas ainda lembra de um José. Nesse caso, ainda não atingiu o espírito.
Você precisa lembrar daquele espírito que vivia aquele personagem. Isso não tem nome.


Participante: mas isso é uma coisa que fica na memória. Não tem como a gente não lembrar, mesmo que seja um sentimento, e uni-lo ao nome. Temos isso na memória.


Desculpa, você disse que impossível não se lembrar. Concordo: o ego não vai deixar você não se lembrar de um nome. Mas, pode dizer: ‘o ego está dizendo que estou lembrando do José, mas estou lembrando de um espírito’. O problema é que o ego lhe direciona ao José e você, por acreditar que aquele espírito ainda é um José, fala com o José.
Não estou dizendo que você não consiga falar com aquele espírito. Estou dizendo que o relacionamento da sua parte ainda será vinculada as emoções que foram vivenciadas durante a existência carnal, ou seja, quando se lembra do seu pai que está no mundo espiritual, conversa com ele como filha.

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