Participante: você diz viver de “prana”?

O que é isto, senão um maya que você criou?

Falo em viver do elemento primário universal. Agora, se você chama este elemento de fluído cósmico universal, prana, matéria energética ou energia, não importa, pois, qualquer nome (compreensão) que der, é maya.

Como já tinha dito antes, este trabalho é baseado nos ensinamentos de Krishna, mas nada tem das ilusões que a religião hinduísta ensina. Tudo que você aprendeu até hoje nesta ou em qualquer outra religião é ilusão, é maya.

Isto porque o ensinamento que você recebeu passou pelo raciocínio de quem os leu. Além disso, ao ser repassado para você, houve, por sua parte, a criação de um novo maya, ou seja, de uma outra compreensão.

Portanto, prana, fluído cósmico, tudo é ilusão, é maya. O que você precisa compreender, ou seja, o que é Real, é que existe um elemento básico no universo que nutre os espíritos.

Agora, querer dizer como ele é, quais são as suas propriedades, o que quer dizer ser um elemento ou o seu nome, é criar ilusões. Por isto é preciso sempre se concluir que nada é possível de se saber.

Participante: mas, Buda tentou este caminho inicialmente e se deu mal. Se não tivesse se alimentado de leite e mel teria desencarnado mais cedo.

Exatamente por isto estou dizendo que não é para você parar de comer amanhã, mas ensinando que é preciso lutar contra a ilusão de que existe um mundo diferente do espiritual: o material.

O Buda tentou este caminho e se deu mal porque não estava preparado para isto. Se você também tentá-lo agora também se dará mal. Agora, depois quando ele conseguiu a iluminação pôde realizar, assim como você também poderá.

Participante: mas, quando saber que estamos preparados?

A hora que acontecer naturalmente. Enquanto você quiser forçar a não alimentação estará se entregando a um desejo seu, mesmo que seja de querer se libertar.

A prática do que estamos conversando se resume em você constatar que está comendo, mesmo agora que sabe que não precisa, sem se apegar a verdade de que aquilo é fundamental para existência.

Participante: eu acredito que nós conseguiremos isto quando aprendermos verdadeiramente a amar. Aí Deus nos dará em consequência tudo isto que o senhor fala.

O desejo vem de Deus: já estudamos no versículo 01. Tudo vem de Deus e, portanto, a compreensão dos ensinamentos também virá de Deus.

Enquanto você quiser compreender o que estou dizendo com valores materiais, ou seja, imaginar como fará para parar de alimentar-se e quando isto acontecerá, não terá entendido nada do que eu disse e continuará vivendo apenas os mayas acreditando ter chegado à Realidade.

Baseado neles discutirá que a ciência comprova que o homem precisa se alimentar. Mas, quem é a ciência senão a emanação de Deus? Além do mais o seu conhecimento para discutir não é real, pois você tem uma idéia do que é a ciência. Não possui as verdades científicas, mas o fruto do seu raciocínio ao entrar em contato com os ensinamentos científicos, ou seja, uma ilusão.

NOTA: “19 – Não pode o homem, pelas investigações científicas, penetrar alguns dos segredos da Natureza? A ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas; ele, porém, não pode ultrapassar os limites que Deus estabeleceu”. (O Livro dos Espíritos – pergunta 19).

Pergunta: a ciência, então, é uma emanação de Deus?

Sim, e lhe é dada para evolução em todos os campos, inclusive na moral (aperfeiçoamento espiritual).

 No entanto, o ser humanizado não utiliza a ciência com esta finalidade. Busca através dela minorar seus sofrimentos (não ter mais doenças, não morrer), mas não pensa em aprender a “amar a Deus sobre todas as coisas” com a ciência.

NOTA: “Quanto mais consegue o homem penetrar nesses mistérios, tanto maior admiração lhe devem causar o poder e a sabedoria do Criador. Entretanto, seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria inteligência o faz joguete da ilusão. Ele amontoa sistemas sobre sistemas e cada dia que passa lhe mostra quantos erros tomou por verdades e quantas verdades rejeitou como erros. São outras tantas decepções para o seu orgulho”. Comentários de Allan Kardec à resposta 19 de “O Livro dos Espíritos”.

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