Hoje vamos voltar a falar da grande aventura do espírito. Na conversa anterior afirmei que o espírito pode fazer muitas coisas que vocês chamam de sobrenaturais, mas para ele a coisa mais importante, a maior aventura, é a encarnação. Depois disso, começamos a falar da encarnação e a definimos como uma mudança de consciência. Como vimos, encarnação nada tem a ver com estar na carne, mas trata-se de uma condição onde o espírito abandona a sua consciência espiritual e se liga a uma transitória, que chamamos de ego, e vivencia realidades criadas a partir das verdades desta consciência.

Dissemos, também, que a encarnação é uma aventura com riscos. Afirmamos que estes riscos são calculados e não acontecem por acaso ou por sorte ou azar. Comentamos que que tratam-se de riscos medidos, calculados pelo próprio espírito e pelos seus mentores, que analisam e estudam todas as possibilidades buscando fazer com que o espírito não entre em uma aventura sem ter todos os aparelhos de segurança sem ter a oportunidade de chegar ao término dessa aventura. 

Foi aqui que paramos no final da última conversa. Hoje vamos continuar a conversa, mas se houver alguma dúvida antes, podem fazer perguntas.

Participante: dá para entender a encarnação como se fosse apresentação de uma peça de teatro, onde o script, o roteiro está todo programado?

Sim, essa peça inclusive tem um nome: a divina comédia humana.

Participante: temos apenas que seguir o programado.  É isso?

Sim, obrigatoriamente seguirá o que está programado. Agora, durante esta vivência, você pode valorizar de diferente formas o que foi programado e está sendo vivenciado naquele momento.

Há um exemplo que eu tenho citado muito que facilita a compreensão sobre este tema: uma pessoa que anda na rua e vem alguém e retira o dinheiro do bolso dele. Para a grande maioria dos seres humanizados, isso tem o valor de um assalto.  No entanto, se esse ser humano tem conhecimento sobre a lei do carma, com certeza dirá que tal acontecimento é um carma. Com isso o valor com que foi vivenciado aquele acontecimento mudou. Agora não é mais um assalto, mas um carma.

Se essa pessoa, no entanto, houver alcançado uma compreensão maior sobre as questões da encarnação (compreender que ela deve ser vivenciada em uma relação amorosa entre você e Deus), com certeza dirá que é apenas o amor de Deus por ela em ação. Mais uma vez o valor com que se vivencia o momento se altera dependendo do grau de compreensão sobre a encarnação: primeiro um roubo, depois um carma e agora um ato de amor divino. A compreensão sobre o valor do acontecimento muda de acordo com o grau de compreensão do ser humano, sem mudar o acontecimento.

Portanto, se na peça da sua vida estiver escrito que alguém meterá a mão no seu bolso, isso acontecerá, mas o valor com o qual viverá os acontecimentos depende do seu grau de elevação ou o seu grau de universalização.

Participante: então, a única importância no viver é atuar com amor ou não?

Sim…

Só que quando você atua com amor, o amor universal, o amor incondicional, as coisas mudam de valor para você. O assalto deixa de ser um assalto, um roubo, um ato de agressão e passa a ser um ato de amor.

Portanto, o ato vai acontecer como pré-programado, mas você pode vivenciá-lo com valores diferenciados.

Participante: não há espaço para improvisos?

Só se Deus pudesse ser pego de calça curta…

Você acha que Deus pode ser pego de calças curtas, desprevenido? Claro que não. Então, não há espaço para improviso.

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