O espírito, então, será testado sobre o tema que pediu. Mas, como se desenrola este processo? Já o dissemos: como uma vida carnal, uma existência humana. O espírito escolhe os gêneros de provas que examinará e aí encarna, ou seja, passará a viver uma existência humana onde estes gêneros deverão estar presentes nos acontecimentos desta existência.

Ora, se o espírito pede esses gêneros e se eles devem estar presentes durante os acontecimentos de sua existência corporal, isso quer dizer que os acontecimentos de uma vida são pré-determinados, ou seja, que a vida humana é fatalista e que o destino de um ser humano já está decidido antes da encarnação.

 “851. Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são predeterminados? A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez ao encarnar, desta ou daquela proa para sofrer. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é a consequência mesma da posição em que vem a achar-se colocado”. (O Livro dos Espíritos)

A escolha do espírito do assunto que será examinado durante a encarnação leva inexoravelmente a acontecimentos que espelhem aquilo que ele optou. Com isso, os acontecimentos de uma vida se desenrolam sempre ligados a um destino que faça com que novos momentos espelhem também as escolhas dos espíritos antes da encarnação.

Sendo isso verdade, em que realmente consiste a provação? Se tudo acontecerá rigidamente segundo aquilo que já havia sido previamente escolhido, quer dizer que o espírito enquanto encarnado nada pode fazer. Como, então, provar alguma coisa? O Espírito da Verdade mostra isso na continuação da pergunta 851 de O Livro dos Espíritos: “Falo das provas físicas, pois pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou resistir”.

Realmente o espírito nada pode fazer com relação aos acontecimentos físicos, pois se deixasse por ele gerar acontecimentos que espelhassem sua opção antes da encarnação, ele não o faria, pois como já vimos é outra a sua motivação depois que encarna. Mas, pode fazer com relação às questões morais…

O espírito vivendo um acontecimento carnal tem sempre diversas opções morais. Ele pode achar aquilo justo ou injusto, certo ou errado, bonito ou feio. Estas são algumas das opções morais de que dispõe o espírito a todos os momentos de uma existência carnal. Nelas, usando novamente a sua liberdade de optar, ele pode escolher entre o bem e o mal.

Optando pelo bem ele consegue a aprovação no seu exame; optando pelo mal não consegue esta provação e terá novamente que prestar exames sobre este assunto.

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