Participante: queria saber como transmutar o carma. A melhor forma de transmutar o nosso carma?
O que você chama de transmutar o carma?
Participante: superar o carma negativo que temos.
Impossível. Carma não se supera, se vive. Carma não se supera, se responde.
Você não pode superar o carma: precisa aprender a responder a ele. Para fazer isso existem duas formas de agir: positiva ou negativamente.
O que é responder negativamente um carma?
Primeiro: não o querer
Não querer um carma é uma resposta negativa. Ele está ali, por isso precisa ser vivido, gostando ou não. Não adianta não querê-lo: ele já foi adquirido e terá que ser vivido até o fim.
Segunda resposta negativa ao carma: viver com o que Cristo chama de ‘ranger de dentes’, sofrendo.
Carma não existe para ser sofrido. Ele é algo que você mereceu. Mais: pediu antes da encarnação.
Mereceu e pediu não como castigo, como uma penalidade, mas como uma nova oportunidade para aproximar-se de Deus. Para conseguir isso agora precisa responder ao carma de uma forma diferente que respondeu anteriormente.
Participante: e que forma diferente seria essa?
Em paz e harmonia. Sem deixar o carma o comandar.
Se está passando por um carma negativo – vamos supor, uma doença, que para vocês é negativo – ao invés de sofrer ou revoltar-se, precisa dizer a si mesmo: ‘eu pedi e mereci essa doença como uma nova oportunidade para aproximar-me de Deus. Para isso preciso conviver com ela em paz e harmonia enquanto estiver aqui. Não adianta querer ter saúde. Posso lutar contra a doença, tomar remédio, ir ao médico, fazer tudo que for possível, mas não posso deixa-la me dominar, ou seja, interferir no meu mundo emocional. Determinar o que vou sentir.’
Participante: então, desejar saúde é uma coisa que prejudica na sua transmutação do carma?
Quem dá o carma?
Participante: Deus, não é?
Pergunto: não querer o que Deus está dando é positivo? Claro que não …
Agora, repare. Não estou falando em adoecer propositalmente. Mas, se acontecer, ao invés de se revoltar ou sofrer, diga para si: ‘estou doente? Estou. Vou procurar um médico, fazer os exames, tomar os remédios, etc. Só não vou me lamentar, chorar ou ter raiva da doença. Como quero aproveitar essa encarnação, quero me tornar maduro espiritualmente, tenho que aprender a viver com as limitações que a doença dá enquanto elas existirem. Quando forem embora, volto a viver como vivia antes’.
Participante: é tentar passar por aquela experiência da forma mais tranquila possível? Quanto mais tranquilo passar, menos vai se afetar com a doença.
Exatamente. É aprender a conviver harmonicamente com o que está acontecendo.
