Vocês sabem o que é um filme? Películas projetadas em algum lugar. Isso é o que pensam, mas será que sabem o que é mesmo?

Um filme trata-se de uma série de fotogramas, fotografias, estáticos. Em cada fotograma existe uma cena estática, em outro há outra e assim sucessivamente. Do início ao fim do filme, o que existem são fotografias que contém cenas estáticas, nada em movimento.

Não há movimento nas próprias fotografias. Como, então, vocês veem movimentos?

Essas fotografias são projetadas em uma determinada velocidade. É isso que faz o seu olho ver o movimento.

O movimento não está no filme, nem no projetor, mas no seu olho. Isso é algo que precisam compreender. A movimentação do filme não está nos seus fotogramas; está no olho de cada um que o vê.

É esse órgão que, cientificamente falando, possui um atraso ao captar imagens que faz com que uma sobreponha-se a outra e gere a ilusão de estar havendo uma movimentação. É por causa desse fenômeno que o ser humano vê na sucessão de fotogramas dentro de uma determinada velocidade uma movimentação. 

É da mesma forma que o universo existe. Deus gera presentes sucessivos e como você, enquanto humano, não possui a capacidade de perceber os presentes estáticos, acredita que exista um decorrer de tempo. Acredita que houve um espaço de tempo.

Só que naquele momento de tempo onde acredita que houve uma movimentação, nada mais houve do que diversos momentos estáticos que se apresentaram em uma velocidade que a sua mente não foi capaz de ver as fotografias isoladamente.

Isso é o desenrolar da vida. Isso é tempo. Isso é o presente.

Participante 2: é como uma revista em quadrinhos?

Sim.

Cada momento é um quadro diferente. Só que diferente da leitura de um gibi, o quadro anterior acaba quando deixa de ser lido.

Participante 2: isso eu entendi. O que quero dizer é que cada quadradinho é uma parte da história prefixada. Ou seja, cada presente gerado por Deus está vinculado ao livro da vida da encarnação do espírito.

Sim. Cada presente gerado por Deus é submetido à reação do espírito ao anterior, mas também está vinculado ao gênero de provas pedido pelo ser antes da encarnação.

Participante 2: quando estamos vivendo um quadro imaginamos que ele seja isolado do anterior, mas tudo está junto. Todos os quadros estão subordinados à ideia original da história que será contada.

Perfeitamente.

Participante 2: digamos, então, que é tudo uma questão de nomenclatura. O que nós chamamos de passado, você chama de vários presentes.

Sim, mas presentes que já não servem mais para a leitura, já que não se volta a ler o que já foi lido.

Participante 2: portanto, o passado existe, mas não da maneira como o vemos.

Ele só existiu quando foi presente. Quando o presente se tornou passado, serviu para a construção do novo presente, mas aquele momento específico acabou.

O que estou querendo deixar bem claro é que não se pode voltar ao passado, pouco importando o que seja ele. A única coisa que pode ser vivida é o momento presente. For essa compreensão, qualquer outra ideia, inclusive nomenclatura, pouco importa.

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