“Nas suas orações, não fiquem repetindo o que vocês já disseram, como fazem os pagãos. Eles pensam que Deus os ouvirá porque fazem orações compridas. Não sejam como eles, pois, antes de vocês pedirem, o Pai de vocês já sabe o que vocês precisam antes de pedirem.” (Mt. 6, 7 e 8)

Esse é outro detalhe desse item do acordo. A oração, como um ato religioso, não pode ser feita com nenhuma intencionalidade. Nenhuma.

Não peço nada, só rezo para ter mais saúde’, ‘não peço nada para mim, apenas quero ajudar meu vizinho que está com câncer’. Parecem coisas puras, boas, mas contém intencionalidade. Por isso não devem existir durante a prática da oração no seu íntimo.

Participante: porque não pode?

É como se você dissesse: ‘Deus eu quero que seja feito isso…’ Mesmo que aparentemente contenham boas intenções, mostra o não aceitamento dos desígnios de Deus.

Participante: mas eu pedindo, se Ele quiser fazer faz, se não, não faz …

Ah, mas essa condicionalidade no pedido não está presente na oração. Esse é o problema.

Se ao pedir demonstrasse sua predisposição para aceitar os desígnios Dele, não haveria problema. Acontece que quando ora pedindo alguma coisa está sempre presente no seu íntimo a esperança que Ele faça o que você quer, o por que rezou.

Esse é o problema. Noventa e nove vírgula nove por cento das pessoas que pedem algo durante a oração esperam que Deus as ouça, ou seja, atenda o pedido. Se não conseguir sofre. É por isso que não pode pedir nada, mesmo que aparentemente seja algo do bem. Lembre-se: quem age com intenção não se entrega a Deus. Deus: vida, energia, o que quiser que Ele seja. 

Quem espera receber algo, tem intenção, está se entregando a si mesmo. Digo isso porque como condiciona a felicidade, só será feliz se acontecer o que pediu. Nesse caso, não é felicidade, mas prazer, felicidade condicionada.

Participante: a respeito desse assunto, uma vez tive uma lição de uma moça japonesa que era caixa do banco. Estava chovendo e eu falei pra ela “que droga, não gosto de chuva”. Estava com um mal humor …” Ela falou exatamente isso: tem que ser feliz com qualquer tempo, com sol, com chuva…

Até porque a comida não nasce no supermercado, é preciso chuva para ela crescer e você poder comer. Como diz as pessoas que plantam, quando chove o tempo está bom, pois garante que haverá o que colher.

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