No trabalho do Espiritualismo Ecumênico Universal existe uma característica importante: não se brinca de elevação espiritual. Quem nos ouve não pode fingir que está buscando a Deus, porque senão se rebelará contra nós. Isso ocorre porque ousamos sempre desafiar as verdades constituídas para realmente levar o ser encarnado para o serviço ao Pai. Quem está apenas buscando servir-se de Deus, com certeza se choca com nossa ousadia e, para se manter dentro de seus padrões, nos abandona.

Ousamos, por exemplo, dizer que o aborto não é um assassinato, mas uma ação carmática. Falar assim é uma ousadia porque fere todos os padrões estipulados até hoje pela humanidade, inclusive pelos religiosos, ou seja, aqueles que dizem que estão procurando a Deus.

Eles acham que estão certo, mas, no entanto, se estudamos a Lei do Carma em toda sua profundidade, compreenderemos perfeitamente a sua ação.

258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena? Ele próprio escolhe o gênero de provas porque há de passar e nisso consiste o seu livre arbítrio.

851. Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são predeterminados? E, neste caso, que vem a ser do livre arbítrio? A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito faz, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino, que é a consequência mesma da posição em que vem a achar-se colocado.

859a. Haverá fatos que forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não possam conjurar, embora o queiram? Há, mas que tu viste e pressentiste quando, no estado de Espírito, fizeste a tua escolha.

853a. Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, se a hora da morte ainda não chegou, não morreremos? Não, não perecerás e tens disso milhares de exemplos. Quando, porém soe a hora da tua partida, nada poderá impedir que partas. Deus sabe de antemão de que gênero será a morte do homem e muitas vezes o seu Espírito também o sabe, por lhe ter sido revelado, quando escolheu tal ou qual existência.

Essas citações foram retiradas de O Livro dos Espíritos.

Ninguém morre antes da hora e disso têm milhares de exemplos: por isso só podemos dizer que o feto morre no momento que tem que morrer. Deus sabe de antemão o gênero da morte de um homem: Deus sabia que aquele homem morreria do gênero aborto. Tudo existe desse jeito porque foi pedido pelo espírito antes da encarnação e nisso se consiste o seu livre arbítrio.

Eis aí, nas palavras do mentor do Espiritismo, o revelador do mundo dos espíritos, a explicação definitiva sobre qualquer morte, seja assassinato, natural, desastre ou aborto: o gênero da morte é escolhido pelo ser antes de encarnar e aí não pode mais esquivar-se de viver o momento programado.

Aí está a verdadeira aplicação da Lei do Carma para o aborto, É por crer no ensinamento dos mestres, mesmo quando eles ferem a busca humana do bem material, que ousamos dizer que o abroto não é um assassinato. No entanto, aqueles que se subordinam aos padrões humanos, mesmo que sejam espíritas, ainda condenam os instrumentos (mães) das ações cármicas pedidas por aqueles que antes da encarnação pediram esse acontecimento. Eles pediram e Deus chancelou esse pedido. Sendo assim, quem sou para condenar:

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