Os espíritas conhecem a Lei do Carma, mas aplicam-na para algumas coisas apenas: o que está dentro do padrão humano de bom. Com isso deixam de dar a essa lei uma de suas maiores características: a universalidade.

Tudo que provêm de Deus é eterno e universal, ou seja, jamais deixou de ser Realidade e serve para todos os elementos do universo. A lei do carma, como instrumento de Deus, também é. Por isso serve em todas as circunstâncias, mesmo que a aplicação dessa lei afete o desejo humano do espírito encarnado de permanecer vivo ou sua busca pelo prazer humano.

Para promover a reforma íntima não se pode aplicar os ensinamentos apenas para aquilo que queremos. Ele precisa ser usado mesmo que o resultado dessa aplicação leve a um resultado que não queremos, que não gostaríamos que ocorresse.

Aplicar a lei do carma apenas naquilo que leve o ser humanizado a ganhar materialmente é subordiná-la à vontade humana, que é transitória e não almeja a integração com Deus. Essa vontade é transitória porque se extingue tão logo o espírito se liberte da influência da matéria, como ensina o Espírito da Verdade:

Sob a influência das ideias carnais, o homem na Terra só vê das provas o lado penoso. Tal a razão de lhe parecer natural sejam escolhidas as que, do seu ponto de vista, podem coexistir com os gozos materiais. Na vida espiritual, porém, compara esses gozos fugazes e grosseiros com a inalterável felicidade que lhe é dado entrever e desde logo nenhuma impressão mais lhe causa os passageiros sofrimentos terrenos. (O Livro dos Espíritos – comentários de Allan Kardec estampados junto à pergunta 266)

Por conhecermos a felicidade inalterável e eterna é que continuamos ousando combater os padrões pré-estabelecidos, seja pela sociedade ou pelas religiões.

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