Aquele que não pratica o mal, mas que se aproveita do mal praticado por outrem, é tão culpado quanto este?

É como se houvera praticado. Aproveitar do mal é participar dele. Talvez não fosse capaz de praticá-lo; mas, desde que, achando-o feito, dele tira partido, é que o aprova; é que o teria praticado, se pudera ou se ousara.

O mal já definimos como o individualismo.

Traduzindo então o texto, posso dizer que quem participa das ações querendo lucro próprio, está no mal. Não importa se é um agente na ação, ou seja, está praticando o ato, ou se simplesmente está observando. O que importa é se está extraindo daquele ato o prazer ou a dor. Quem encontra a satisfação individual está no mal, é individualista. Portanto, temos que começar a compreender o mundo a partir da reação sentimental e não da ação.

Sendo assim, se você sofre porque houve uma enchente onde morreu dez, vinte, cinquenta, quinhentas, cinco mil pessoas, está no mal. Está no mal porque está reagindo a partir de uma visão individual do que se passa com outras pessoas. Viver a partir do eu, do que se acredita, essa é a característica do mal.

Mal não é agredir o próximo, não é ir contra ele. O mal está, como foi dito antes naquilo que não se caracteriza com os mandamentos ensinados por Cristo. Quem sofre, chora, sente pesar pelo que acontece com os outros ou até consigo mesmo, não está amando a Deus, está amando a si, o que gostaria que não acontecesse.

Então essa é a caracterização do mal. O mal é quando você vive a partir do seu individualismo, o que quer, o que gosta, o que prefere que aconteça. É mal porque está em desacordo com o amor a Deus e ao próximo.

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